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Emissão de CO2 pode duplicar, diz IEA

As emissões de gás carbônico, o principal dos gases do efeito estufa, podem aumentar em mais de duas vezes até 2050 se nada for feito para contê-las, disse ontem a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), antes de um encontro de líderes do Grupo dos Oito (G8) debater a questão.

A agência, com sede em Paris e que aconselha 26 países industrializados, afirmou, em um relatório, ser possível emitir menos gás carbônico (CO2) em 2050 do que hoje sem deixar de aumentar a produção de energia. Mas o órgão advertiu que, se não forem adotadas novas políticas, a demanda global por energia e as emissões de CO2 vão mais que duplicar até 2050. A quantidade de gás carbônico emitida passaria a ser de 58 trilhões de toneladas.

“Podemos criar um futuro energético sustentável, mas isso não acontecerá se as tendências atuais se mantiverem. Estamos muito longe disso”, afirmou o diretor-executivo da IEA, Claude Mandil, em uma entrevista coletiva.

O relatório do órgão, que projeta diferentes cenários para 2050, é parte da resposta da IEA a um pedido dos líderes do G-8 feito na cúpula de julho de 2050, em Gleneagles, para que a agência lhes desse conselhos sobre cenários e estratégias necessários à construção de um futuro limpo e competitivo. “Não se trata de uma coincidência o fato de publicarmos o livro um mês antes da cúpula do G8 em São Petersburgo”, afirmou Mandil.

O diretor-executivo acrescentou que o cenário mais provável é o de uma elevação de 6% na emissão de gás carbônico até 2050, com uma queda das emissões na indústria de energia, mas uma elevação no setor de transportes. Segundo Mandil, porém, para resolver esse problema no longo prazo, o mundo precisa urgentemente melhorar sua eficiência energética e desenvolver métodos de captura e armazenagem de CO2 (prática conhecida pela sigla CCS). “Uma maior eficiência energética é um componente indispensável de qualquer política mista e ela pode começar a ser implantada imediatamente”. Mandil disse que, se o mundo não conseguir elaborar um esquema viável de CCS, o custo da crescente emissão de CO2 seria muito alto.

A implantação do CCS, junto com o uso de fontes de energia renováveis, de mais energia nuclear e do uso mais eficiente do carvão e do gás natural podem descarbonizar significativamente a produção de energia no mundo até 2050, disse a IEA.

“Com a política de incentivos correta, acreditamos haver espaço para um aumento em quatro vezes do uso de fontes de energia renováveis e para que a energia nuclear desempenhe um papel mais importante onde for aceitável”. “Se quisermos evitar o pior dos cenários, há um custo suportável a ser pago pelo mundo”, afirmou Mandil, acrescentando que a IEA estimava em US$ 25 o custo por tonelada de CO2 que não chegaria à atmosfera. “Esse é um preço menor que o pago pelo CO2 no mercado de carbono da Europa”.

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