JornalCana

Embarques brasileiros de álcool para os EUA devem cair

As exportações brasileiras de álcool para os Estados Unidos poderão recuar mais de 20% em 2007, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Os EUA, que responderam por 57% das exportações de álcool do Brasil nos primeiros nove meses deste ano, estão aumentando sua produção num momento em que fazem a substituição gradual de um aditivo concorrente, o mtbe, e após os preços do petróleo terem alcançado seu recorde em julho, disse Leonardo Caldas, diretor de estoques da ANP.

A produção de álcool dos EUA subiu 24% nos primeiros oito meses de 2006, segundo o Departamento de Energia do país. Há 106 destiladoras nos EUA atualmente, que são capazes de produzir cerca de 5,08 bilhões de galões de etanol ao ano, segundo dados da Associação de Combustíveis Renováveis. Outras 46 usinas estão sendo construídas.

Os produtores brasileiros reduziram suas exportações para os EUA após os preços terem recuado para níveis inferiores aos adequados para compensar os custos de frete e depois da adoção de uma tarifa de importação de US$ 0,54 por galão (de 3,785 litros), segundo Pete Covella, vice-presidente de gerenciamento de risco e negociação de produtos da Noble Americas Corp., de Stamford (EUA). O preço médio do etanol estava em US$ 2,2120 o galão em 8 de novembro passado, num recuo de 44 por cento em relação ao recorde de US$ 3,9757 alcançado em 5 de julho passado, com base em dados fornecidos por distribuidoras de Des Moines, Iowa, e de outras localidades do Meio-Oeste dos EUA.

Segundo Alfred Szwarc, consultor do conselho administrativo da Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo), que representa mais de 60% dos produtores de açúcar e etanol do Brasil, é provável que o país compense a perda das exportações por meio da venda aos EUA através do Caribe. A Iniciativa da Bacia do Caribe permite que 7% do etanol importado do Caribe pelos EUA entre no mercado norte-americano livre de impostos. Como não há nenhuma exigência referente à quantidade de etanol que deve ser produzida localmente, o produto poderá vir do Brasil. “Essa cota nunca foi cumprida. Por isso conseguiremos compensar parte das perdas das vendas diretas por meio desse procedimento”, disse Szwarc em entrevista concedida em Amsterdã ontem. “Nós também dispomos de novos mercados para nossas exportações, especialmente na Ásia, onde o Japão e a Coréia poderão absorver parte desse etanol.”

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram