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Em três anos, Petrobras deve produzir etanol celulósico

A Petrobras deve iniciar a produção de etanol de segunda geração, o etanol celulósico, a partir de 2012, segundo a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. “O objetivo é manter a liderança do Brasil em termos de produtividade em etanol de primeira geração e disputar a liderança em etanol de segunda geração”, disse. “Para evitar que se queime diesel na Amazônia, queremos queimar etanol”.

O etanol também pode ganhar espaço como combustível para a geração de energia elétrica em regiões da Amazônia, em substituição ao diesel mineral que abastece geradores, segundo a ministra.

Na avaliação de Dilam, o preço do petróleo no mercado internacional permanecerá em patamares bem acima dos US$ 11 por barril registrados entre 1999 e 2000 – na dinâmica do mercado, quanto mais caro o combustível fóssil, maior a demanda pelo etanol. “A perspectiva do setor está melhor. A avaliação é de que o pior já passou”, disse ela.

Uma das evidências do fortalecimento do setor sucroenergético no país, segundo Dilma, foi o aumento dos desembolsos do BNDES para o setor. Em 2004, os financiamentos somaram R$ 650 milhões, montante que passou para R$ 6,5 bilhões em 2008. Neste ano, até abril, os desembolsos já somaram R$ 3,2 bilhões, alta de 36% sobre igual período de 2008, informou.

Embora tenha se alcançado o status de referência internacional como combustível renovável, o etanol de cana ainda enfrenta resistência para ganhar força no comércio exterior. “Ainda falta apoio político”, disse a ministra. Há também falta de esclarecimento sobre o tema. “Os biocombustíveis não são e nem serão responsáveis pela elevação dos preços dos alimentos no mercado internacional”, afirmou.

Na abertura do Ethanol Sumit, evento organizado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a ministra disse que o governo brasileiro aprovará em breve um protocolo para os trabalhadores do setor sucroalcooleiro, que permitirá a adesão de empresários que queiram normatizar a atuação de seus empregados. “Nos próximos dias teremos a edição de um protocolo em Brasília, que vai normatizar a atuação dos trabalhadores”, disse. O anúncio oficial será feito pelo presidente Lula.

A Unica apresentou projeto de treinamento de trabalhadores que atuam no plantio e corte manual da cana em São Paulo. Passarão por requalificação, por ano, sete mil cortadores de cana, em iniciativa que visa a qualificar trabalhadores para atuação em funções nas próprias usinas ou fora do setor. (Patrick Cruz e Vanessa Dezem)

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