Em São Paulo, é vantagem usar álcool em vez de gasolina
A safra de cana-de-açúcar avança, apesar da chuva, e os preços do álcool continuam em queda nos postos de abastecimento da cidade de São Paulo.
Nesta semana, o litro do etanol hidratado recuou para R$ 1,83, com queda de 0,54% em relação ao valor da semana anterior, conforme pesquisa da Folha.
Ao recuar para esse patamar, o álcool ganha mais competitividade em relação à gasolina e custa 68% do valor do derivado de petróleo. Estudos indicam que, em média, o álcool fica competitivo quando custa até 70% do valor da gasolina.
O preço do álcool nas usinas não teve grandes variações nesta semana.
Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o anidro recuou para R$ 1,323 por litro, enquanto o hidratado esteve a R$ 1,083.
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Baixa emissão Antes mesmo do encerramento da safra 2011/12, que termina no dia 30, o Banco do Brasil contratou 3.000 financiamentos no Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono.
Acima Esses contratos somam R$ 1 bilhão e superam a meta do BB, que era de R$ 850 milhões nesse programa.
Confinamento Os EUA tinham 11,1 milhões de cabeças de gado confinadas no início deste mês, 2% mais do que em igual período de 2011.
Recorde A produção de suínos foi recorde nos Estados Unidos em maio, 9% mais do que no ano anterior. Já a de carne bovina cresceu 5%.
Seca O clima continua afetando a safra de grãos norte-americanos. O reflexo disso é a continuidade de aumento nos preços da soja e do milho na Bolsa de commodities de Chicago.
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Idade média do produtor sobe, e sucessão na agricultura fica cada vez mais difícil
O processo sucessório nas propriedades rurais fica cada vez mais complicado. Estudo de Walber Machado de Oliveira com base em propriedades rurais do sul/sudoeste de Minas Gerais indica que é determinante para o proprietário preparar um sucessor. O trabalho foca principalmente as fazendas de café da região.
A administração de uma fazenda de café é complexa porque lida com fatores imponderáves, como clima e oscilações nos preços do produto. O trabalho foi divulgado nos “Cadernos Universidade do Café” deste ano, da Fondazione Ernesto Illy.
Richard Jakubaszko e Fábio Lamônica Pereira, no livro “Meu Filho, um Dia Tudo Isso Será Teu”, da Editora Universidade Federal de Viçosa, apontam que a idade média dos produtores rurais está aumentando.
Era de 42 anos em 1992, atingiu 47 anos em 2002 e hoje está acima de 50 anos.
O envelhecimento dos proprietários rurais e a falta de renovação no setor dificultam a introdução de novas tecnologias na agropecuária.
Um dos grandes problemas é que os filhos dos produtores vão para a cidade estudar, escolhem novas profissões e não voltam para o campo.
Um grande pecuarista se desfez do seu negócio porque, disse à Folha, tinha descendente, mas não sucessor.
Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma mais de 35 anos de jornal. Escreve, de terça a sábado na versão impressa de “Mercado”, sobre commodities e pecuária.
mauro.zafalon@uol.com.br Leia as colunas anteriores