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Em rede nacional, Chávez ataca os “saqueadores” da OMC

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, atacou a Organização Mundial do Comércio (OMC), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM) em declaração em rede nacional, na noite desta quinta-feira.

Momentos antes de iniciar uma viagem oficial de dois dias a Brasil e Colômbia, Chávez chamou em rede nacional de rádio e televisão a OMC (Organização Mundial do Comércio) de “os saqueadores”. Em sua opinião, se entidade reduzisse os subsídios que outorgam a seus produtores e permitisse, assim, subir a participação no mercado mundial dos países pobres, a receita das economias subdesenvolvidas se multiplicaria por dez.

Isto, ressaltou, “só com um aumento de 1%” da atual participação dos subdesenvolvidos no mercado mundial, onde os promotores do livre comércio se empenham “hoje mesmo na reunião de Hong Kong [da OMC ]” em manter encadeado o comércio internacional “a suas regras de usura”.

Instâncias como o FMI e o BM foram criadas “para garantir o êxito do saque imperialista”, acrescentou e, nesse sentido, felicitou seus colegas da Argentina, Néstor Kirchner, e Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, por decidir pagar as dívidas exteriores de seus países, e “libertar-se assim do jugo” que representa ser devedor.

Após lembrar que a Venezuela não tem acordos com o FMI, o que lhe garante “soberana independência”, lembrou que durante o ano seu país comprou, “pela solidariedade integracionista”, títulos de dívida argentina no valor de mais ou menos US$ 1 bilhão.

Ele ressaltou que, se for necessário, investirá “mais e até onde pudermos” em novas aquisições desse tipo para apoiar a decisão de Kirchner de utilizar as reservas internacionais de sua nação para pagar a dívida com o FMI, de quase U$10 bilhões.

Chávez também comemorou a movimentação econômica de seu país e nesse sentido destacou que a Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal) previu nesta quinta-feira que, com um positivo 9% de seu PIB, a Venezuela será pelo segundo ano consecutivo o de maior crescimento latino-americano em 2005, seguida pela Argentina, com um crescimento previsto de 8,6%.

Chávez também atacou os EUA, especialmente por sua “sustentada campanha de todo tipo contra a Venezuela” e sua incursão militar no Iraque, o que, somado à gestão de George W. Bush, “aumentou a pobreza nos EUA”.

Assegurou que ampliará seu recém inaugurado programa de venda de combustível a “preços solidários” para zonas pobres dos EUA e ressaltou que isso está a cargo de “uma empresa que como a Citgo é 100% venezuelana e não americana como dizem os gringos”.

Sobre sua próximas viagens, disse que com seu colega do Brasil colocará esta sexta-feira a primeira pedra de uma refinaria binacional no nordeste brasileiro, como parte da integração energética regional que se fortalecerá com a entrada de seu país no Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai).

Chávez e Lula darão início às obras da Refinaria Binacional Geral José Ignácio Abreu e Lima, um projeto no qual as petrolíferas estatais Petrobras e Petróleos da Venezuela S. A. (PDVSA) investirão U$2,5 bilhões em partes iguais, e também revisarão outros projetos regionais de desenvolvimento.

De Pernambuco, onde será construída a refinaria binacional, Chávez anunciou que viajará para Santa Marta (Colômbia), onde no sábado renderá tributo ao prócer independentista Simón Bolívar, junto a seu colega colombiano, Álvaro Uribe, com quem também passará revista às relações bilaterais e regionais.

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