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Em quatro anos, setor poderá investir R$ 1,48 bilhão em inovação agrícola

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As usinas do setor sucroenergético que tiverem interesse de investir em inovação tecnológica agrícola terão um montante de R$ 1,48 bilhão em verba à disposição nos próximos quatro anos. O total faz parte do PAISS Agrícola assinado ontem (17/2) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Finep – Inovação e Pesquisa. O lançamento foi feito pelos presidentes do BNDES, Luciano Coutinho, e da Finep, Glauco Arbix, em evento realizado na sede da Unica (União da Indústria da Cana de Açúcar), em São Paulo. Também participaram a presidente da entidade, Elizabeth Farina, e o ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp.

O orçamento do PAISS Agrícola prevê a verba em financiamentos reembolsáveis, que incluem todas as linhas de crédito de BNDES e Finep, além de instrumentos de renda variável de ambas as instituições. A apresentação dos planos de negócios selecionados terá que ser feita até 16 de maio próximo. O resultado preliminar da etapa única de seleção dos planos e a indicação dos planos de suporte conjunto deverão sair no dia 20 de junho. Recursos ao resultado preliminar poderão ser interpostos até 30 de junho. O resultado final deverá ser anunciado no dia 10 de julho.

O programa ainda disponibilizará R$ 80 milhões de recursos não reembolsáveis, sendo R$ 40 milhões por meio do Fundo Tecnológico (BNDES Funtec) e R$ 40 milhões de subvenção econômica pela Finep.

“O PAISS Agrícola é uma novidade de grande importância e impacto que chega em um momento muito oportuno para o setor. Viabilizar investimentos em inovação agrícola contribui para uma retomada dos ganhos de produtividade e para a redução de custos de produção. É um passo que pode nos ajudar a chegar a um novo círculo virtuoso de investimento para expandir a capacidade de produção do setor sucroenergético”, avalia a presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Farina.

Dados da Unica demonstram que durante os anos de crescimento acelerado do setor sucroenergético, entre 2002 e 2010, o custo de produção agrícola chegava a US$15 por tonelada. Hoje, esse custo dobrou e está na casa dos US$30 por tonelada.

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Cobertura

De acordo com o BNDES, serão apoiados pelo PAISS Agrícola, planos de negócios de inovação que se destinem a cadeias produtivas da cana-de-açúcar e de outras culturas energéticas compatíveis, complementares e/ou consorciáveis com o sistema agroindustrial canavieiro, desde que inseridas em uma das cinco linhas temáticas fixadas. A primeira linha inclui novas variedades de cana, a segunda linha será voltada para máquinas e implementos para o plantio e/ou colheita, bem como para a coleta de palha e/ou resíduos, a terceira linha temática focará os sistemas integrados de manejo, planejamento e de controle da produção. A quarta linha engloba técnicas mais ágeis e eficientes de propagação de mudas e dispositivos biotecnológicos inovadores para o plantio e a última, será para projetos que contemplem a adaptação de sistemas industriais para culturas energéticas compatíveis, complementares e/ou consorciáveis com o sistema agroindustrial do etanol produzido a partir da cana-de-açúcar.

Segundo dados do BNDES, a performance agrícola dos últimos anos caiu substancialmente, com anos seguidos de reduções de produtividade. Na última década, o incremento anual de produtividade foi inferior a 1%. Em contra partida, a produtividade da lavoura brasileira de cana-de-açúcar atingiu, em 2007, a marca histórica de 11.200 kg de Açúcares Totais Recuperáveis por hectare (ATR/ha), nível quase 130% superior ao verificado em 1975, no início do Proálcool. O desempenho equivale a ganhos de produtividade de quase 3% ao ano.

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O BNDES afirma ainda que o intuito do PAISS Agrícola é acelerar o desenvolvimento de novas tecnologias que aumentem a eficiência agrícola do setor sucroenergético e, consequentemente, proporcionem maiores ganhos de produtividade no médio e longo prazos. “Para se ter ideia desse potencial, se o ganho anual de produtividade agrícola da cana, atualmente inferior a 1%, fosse ampliado para 3%, seria possível adicionar cerca de 12 bilhões de litros de etanol até o início da próxima década, o que equivaleria a um aumento superior a 40% em relação à produção atual de etanol”, explica o órgão em nota. A título de comparação, para que se tenha essa mesma capacidade produtiva de etanol, seria necessário investir R$ 40 bilhões para a construção de 40 novas usinas, cada uma com capacidade para processar 4 milhões de toneladas de cana por safra, o que exigiria cerca de 2 milhões de hectares em áreas de expansão de canaviais, avalia.

Luciano Coutinho espera que seja possível avaliar e contratar os projetos já no segundo semestre de 2014, para  concretizar essas iniciativas. “O PAISS Agrícola pretende fechar a brecha de percepção de retorno privado, oferecendo a possibilidade de investir em grande escala em tecnologia para um avanço substancial da área agrícola”, lembra.

Mais informações: nos sites da Finep (www.finep.gov.br) e do BNDES (www.bndes.gov.br).

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