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Em disputa acirrada, Palio Flex se destaca

Num país onde a gasolina tem quase um quarto de álcool, seria mais do que natural as fábricas adaptarem seus motores para rodar com os dois combustíveis. Para o consumidor, basta escolher se quer usar um, o outro ou os dois ao mesmo tempo. Um sensor na saída do escapamento se encarrega de saber o que há no tanque e passa as informações para o motor.

O que poderia ser apenas delírio de algum Professor Pardal já é realidade para 332.678 brasileiros -entre março de 2003 e novembro deste ano, eles compraram um carro bicombustível. O mercado está aquecido: entre os compactos, há duas novidades. A Ford lançou o Fiesta Flex, e a Renault, o Clio Hi-Flex -oferecido inicialmente como série especial.

Na disputa para ver quem escreve mais capítulos dessa história tecnológica, a fábrica francesa dá sua contribuição por ter desenvolvido o primeiro 16 válvulas a queimar os dois combustíveis.

O Clio e o Fiesta enfrentaram os “veteranos” Chevrolet Corsa, Volkswagen Fox e Fiat Palio. A disputa entre os cinco foi para lá de equilibrada. Combinando o resultado do teste Folha-Mauá com a relação custo-benefício, o Palio se destaca, seguido pelo Clio, pelo Corsa, pelo Fox e pelo Fiesta.

O fato de ser o único com motor de 16 válvulas torna o Clio o mais potente. Por isso aconteceu o esperado. Sua aceleração de 0 a 100 km/h é a mais rápida. Com álcool, são 9,58s, contra 11,01s do Fiesta, o último a cruzar a linha de chegada. Quando abastecido com gasolina, seu tempo é de 9,89s, quase um segundo mais rápido que o Corsa, o segundo colocado.

Porém as válvulas a mais atrapalham as retomadas. E aí a vantagem passa para o Palio, que tem o maior torque (força) dos cinco compactos -com álcool, são 18,4 kgfm ante 14,5 kgfm do Fox. O curioso é que, para ir de 40 km/h a 80 km/h, a gasolina se sai melhor. São necessários 6,73s, enquanto o álcool requer 6,80s.

Inveja

Mesmo assim, são números que provocam inveja nos concorrentes. Outro exemplo: a retomada entre 60 km/h e 120 km/h, com gasolina e em quarta marcha, demora 14,64s a bordo do Palio -que tem o mesmo motor do Corsa. Com o Fiesta, o motorista espera cerca de 6s a mais (20,93s).

Na pista, fica claro que o peso atrapalha o modelo da Ford. Ele tem 1.102 kg, contra 1.015 kg do Palio. Além disso, seus 105 cv (cavalos) de potência empatam com os do Corsa e só não são menores do que os do Fox, que tem 101 cv. Esses valores levam em conta o derivado do petróleo no tanque.

Além da retomada, a segurança a bordo é proporcionada pela frenagem. O primeiro a frear -levando em conta que os cinco estavam vindo a 80 km/h- foi o Fox. Ele consegue parar em 37,8 m. São 3,1 m a menos do que a marca conquistada pelo Clio.

A Renault é também a única a oferecer airbag de série -o que ajuda na sua relação custo-benefício. Com ar-condicionado e direção hidráulica, seu preço é idêntico ao do Fiesta, mas os dois são mais caros que o Palio. Só que, do mesmo modo que prefere abastecer um bicombustível com álcool, o brasileiro já mostrou que quer ter equipamentos de conforto e não de segurança.

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