Em caso de acordo, EUA abrirão cota para açúcar

Os Estados Unidos deverão abrir cotas de importação de açúcar por volta de 350 mil toneladas em caso de acordo na Rodada Doha, segundo negociadores em Genebra. Representantes da indústria americana também admitem a necessidade de importar o produto mais barato, o que beneficiará o Brasil.

Até agora, os países exportadores têm alvejado muito a obtenção de cotas agrícolas na União Européia, principalmente para carnes, mas não esqueceram que os Estados Unidos também vão precisar compensar pela proteção de seu mercado. Mas persistiam ontem na Organização Mundial do Comércio (OMC) divergências sobre o método de estimativa de consumo doméstico, que será usado para calcular o tamanho das cotas para produtos sensíveis – e portanto da cota do açúcar nos Estados Unidos. A diferença de interpretação entre o Brasil, Estados Unidos, União Européia, Japão, Canadá e Austrália pode ser superada até esta sexta-feira.

Além de ser o principal ganhador em qualquer caso, por sua competitividade, o Brasil insiste com Washington para fazer um compromisso na Rodada Doha que facilite a exportação de etanol. O produto está sob ataques virulentos de todos os lados, mas sobretudo por causa da produção americana feita a partir de milho, considerada uma extravagância econômica e ambiental.