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Em Atlanta, o gigante vermelho planeja pintar de verde a sua imagem

Há uma grande cúpula transparente no hall do quartel-general da Coca-Cola em Atlanta, no sudeste americano. O telhado de vidro funciona como metáfora ambiental do que pode acontecer à empresa centenária, dona do logotipo mais famoso do mundo e fábricas espalhadas em mais países que a ONU. Tanta fama já custou à megaempresa problemas locais de explosivo potencial global. Agora, o avermelhado reino da Coca-Cola ergue sua defesa – e a barricada é verde.

Quem, em outras eras, imaginaria a Coca-Cola parceira de entidades como o Greenpeace, a WWF ou a Fundação SOS Mata Atlântica? Pois foi sob o olhar vigilante do Greenpeace que ela desenvolveu refrigeradores livres de HFC, os gases que danificam a camada de ozônio e são 11.700 vezes mais agressivos que o CO2 no aquecimento global. Na reunião anual da WWF, em junho, em Pequim, o presidente da The Coca-Cola Company, Neville Isdell, prometeu devolver ao ambiente cada gota de água que o grupo usar na produção de suas bebidas. E anunciou US$ 20 milhões para proteger sete bacias hidrográficas no mundo, do Yang Tse chinês ao Malawi africano. E é com o apoio da SOS Mata Atlântica que a Coca-Cola Brasil anuncia o plantio de três milhões de árvores às margens de um manancial importante em São Paulo.

A empresa diz que suas ações ecológicas começaram faz tempo. “A dedicação da Coca-Cola ao ambiente está em seu DNA”, diz Marc Mathieu, vice-presidente de marketing do grupo. Pode ser, mas até recentemente o gene ambiental da Coca-Cola fazia mais o tipo recessivo. As coisas mudaram, indicam as planilhas. Em 2004, por exemplo, gastavam 2,72 litros de água para produzir um litro de refrigerante (a conta inclui o consumo de água na linha de montagem, chão, jardins, frota e por aí vai). Esta proporção passou a 2,59 litros (2005) e 2,52 litros (2006). Entre 2002 e 2005, o volume de vendas cresceu 10% e o consumo de água caiu 9%. O braço brasileiro tem o melhor desempenho: há dez anos gastava 5,4 litros e agora bate em 2,21 litros. A FEMSA, em Jundiaí, é a mais eficiente: 1,4 litro de consumo de água por litro de refrigerante produzido. O DNA ambiental da Coca-Cola parece ter sido ativado.

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