O aumento do ciclo de concentração em caldeiras, pode gerar a economia de recursos hídricos suficientes para abastecer uma cidade, do porte de Ribeirão Preto – SP, com cerca de 700 mil habitantes, pelo período de 15 dias.
A informação foi parte da palestra apresentada por Ricardo Amorim, coordenador Técnico de Águas e Engenharia da Drul, durante a 21ª edição do SINATUB Internacional, realizado na manhã de quarta-feira (8), no Centro de Convenções em Ribeirão Preto – SP.
Amorim apresentou o case Drul e abordou o tema Balanço Energético versus Otimização do Uso de Biomassa.
Para uma moagem de 652 milhões de toneladas de cana processada no Brasil, estima-se uma produção anual em torno de 326 milhões de toneladas de vapor ao ano.
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“Com base nesses números, um aumento de ciclo de concentração em caldeiras em torno de 10 ciclos, proporciona 118 mW de energia a mais produzida; cerca de 294 mil toneladas de bagaço sobrando; 588 mil toneladas de vapor sendo produzido e transformação de 294 mil toneladas de bagaço em etanol de segunda geração. Ganhando todos os créditos de carbono. Então, são ganhos imensos e estamos falando de aumento de apenas 10 vezes. Hoje nós, da Drul, temos clientes que estamos tirando ciclo de 10 vezes em Caldeiras e levando isso para 50, para 60, para 100, 110, o que é totalmente possível com tratamento adequado”, explica Amorim.
Ele frisa: simplificando, o balanço energético é a somatória da energia necessária para que o produto final seja processado ou produzido, dividindo-se em três principais pilares: combustível, matéria-prima e produto final.
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“E quando falamos ‘um pouco de energia’ em eficiência energétic, a gente tem que pensar na qualidade da água e a suas fontes: a superficial ou subterrânea e o condensado vegetal. As características da água são muito importantes para estabelecer qual tipo de tratamento necessário, quais equipamentos vamos instalar e quais investimentos deverão ser feitos, a nível de capex/opex, para que se consiga atingir os números que foram propostos anteriormente”, disse Amorim, citando como exemplo, o equipamento de osmose reversa, que segundo ele, é um investimento que pode ser recuperado em até 12 meses.
Durante a palestra, ele apresentou um case de uma caldeira de 50 toneladas de vapor, onde houve um aumento do ciclo de concentração de 5 para 50. “Os ganhos em relação ao retorno do bagaço são de até 1,6 milhões A gente consegue reduzir a quantidade de efluentes e falando em valores, em até R$ 247 mil. Não parece muito, porém, se a gente consiuderar todos os parques industriais que temos no Brasil, com cerca de 300 e poucas usinas hoje, em operação, qual será número e qual é o impacto ambiental da redução de efluente ao longo do período?”, questiona.
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Amorim também apresentou um case em tratamento químico e sistemas de resfriamento, onde se avaliou a corrosão, a partir de microbiológico e a parte de incrustação.
“Tínhamos uma planta industrial, na qual uma torre de resfriamento parava cerca de 4 a 5 vezes na safra, uma torre de condensação para geração de energia. Nesse período, você deixa de produzir energia você deixa de produzir açúcar, você deixa de produzir etanol, e todas as outras operações que acabam impactando o custo. Com um tratamento muito bem aplicado, saímos de 2018 de 8 dias da planta parada para zero em 2022”, contou.
Segundo ele, o custo aumentava oito vezes quando a planta parava “Nós tínhamos um custo de R$ 840 mil na safra. Olha isso, esse custo se pagou tranquilamente e sobrou muito dinheiro para o tratamento químico que foi proposto. Com uma torre mais eficiente, nós saímos de uma produção de 500 megawatts/dia para 583. Uma diferença de 83 megawatts por dia. Saímos de um consumo específico de vapor de 5.17 para 4.46, ou seja, reduzimos consideravelmente o consumo específico de vapor”, ressaltou.
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