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El Niño pode voltar entre abril e junho

Alguns indícios climáticos sugerem que o fenômeno El Niño, que pode causar estiagem na Ásia e inundações na América do Sul, tem maior possibilidade de ressurgir neste ano, informou o departamento de previsão de meteorologia do governo australiano.

A previsão do Commonwealth Bureau of Meteorology deve-se à queda do chamado índice de oscilação meridional, que rastreia as flutuações mensais da pressão do ar entre Taiti e Darwin. Esse índice passou de 2, em janeiro, para 29 em fevereiro, o mais baixo na escala em 22 anos. Ao mesmo tempo, as temperaturas do mar embaixo da superfície do Pacífico ocidental subiram.

“Essas ocorrências recentes aumentaram a possibilidade de que El Niño se manifeste em toda a orla neste ano”, afirmou o departamento. O seu modelo de computador Poama faz prognósticos de 35% das possibilidades de que se produzam as condições do El Niño neste ano.

O último El Niño terminou no início de 2003, depois de causar uma prolongada seca em dois terços da Austrália, reduzindo a produção de grãos, carne, algodão, açúcar, leite e lã. Uma repetição do El Niño poderá agravar a seca que já ocorreu em partes da Índia e da Tailândia, afetando as plantações de cana-de-açúcar, e no Vietnã, onde estão sendo perdidos cafezais.

“Qualquer lugar onde se plante cana-de-açúcar é país do El Niño”, disse Roger Stone, professor de climatologia da Universidade de Queensland do Sur, em Toowooba.

O El Niño pode fazer com que o clima fique mais seco no Sudeste da África e da Ásia, Leste do Pacífico e no Nordeste do Brasil, informou o serviço de meteorologia oficial australiano. No Peru, Argentina, no Sudeste dos Estados Unidos, na África Central e no Pacífico Central, poderá provocar clima mais úmido. O clima mais quente é mais comum no Japão, Coréia do Sul, Alaska, Colúmbia Britânica, Nova Inglaterra e no Quebec, informou o departamento.

As ocorrências do El Niño em geral se desenvolvem entre abril e junho e podem ser desencadeadas por rajadas de ventos ocidentais. Nove em 12 modelos de computador prevêem condições neutras no Pacífico oriental até o fim de julho. “A maioria dos modelos de computador não incluíram as atuais rajadas de ventos ocidentais e o forte aquecimento abaixo da superfície relacionada”, disse o departamento.

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