JornalCana

Editorial: Regras inteligentes para o etanol

Apesar da pressão de políticos de regiões rurais, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos deu um passo importante para garantir que o biocombustível ajude, e não prejudique, o meio-ambiente.

Sob novas diretrizes, o biocombustível produzido em novas instalações – inclusive o etanol feito de milho, açúcar, plantas e outras fontes – tem que atingir uma redução de pelo menos 20% das emissões de gases causadores do efeito estufa em comparação à gasolina convencional.

Em 2007, o Congresso designou um grande aumento na produção de biocombustíveis (na época 7 bilhões de galões, agora mais de 12 bilhões) para 36 bilhões de galões até 2022, principalmente para diminuir a dependência do petróleo estrangeiro. Também estipulou que os combustíveis sejam mais limpos que a gasolina, e deu o trabalho de medir e determinar as emissões de vários tipos de etanol ao EPA.

A! agência rapidamente se viu sb feroz pressão por parte do lobby do milho, que queria mostrar seu produto na melhor luz possível, e de grupos ambientais que insistiam em uma contabilidade precisa.

A questão mais contenciosa era se a agência deveria levar em conta as emissões diretas de etanol – associadas com o plantio, a refinaria e a queima do etanol de milho ou de outros produtos alimentícios – ou as emissões indiretas advindas das mudanças do uso da terra.

Estudos mostraram que converter colheitas para abastecer a produção em, digamos, Iowa, fará com que fazendeiros em outros lugares do mundo limpem matas virgens para atingir a demanda por alimentos, causando emissões adicionais.

Os estudos revelam que atualmente, por causa destes efeitos indiretos, o etanol do milho emite mais gases causadores do efeito estufa do que combustíveis de petróleo. O EPA sabiamente escolheu incluir o uso de terra nos seus cálculos.

As diretrizes não terão impacto imediato na produção de etanol do milho uma vez que as refinarias existentes e aquelas em construção foram geradas sob a lei de 2007. Porém, adiante, as regras quase certamente irão encorajar formas menos intensivas de se fazer etanol de milho e, mais importante, avançar o biocombustível da próxima geração de fontes que não deslocam os alimentos, incluindo o mato perene, restos de colheitas e a celulose de arbustos e plantas.

A indústria de etanol do milho, que já desfruta de subsídios generosos e desnecessários diz que pode viver com as novas regras. Mesmo assim, seus aliados congressionais ameaçam negar ao EPA o dinheiro para implementá-las. Esta resistência precisa ser combatida.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram