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Economia popular

Pior notícia para o proprietário mato-grossense de veículo movido a álcool hidratado ou etanol, impossível. Transcorridos menos de um mês do último reajuste desse combustível na bomba dos postos – cujo litro sofreu majoração de dez centavos de real – o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível de Mato Grosso (Sindipetróleo) admite nova alta para o produto, ainda nesta semana, na ordem de 15%.

O aumento incidirá sobre o etanol, que varia de preço de cidade para cidade numa faixa que vai de R$ 1,66 a R$ 2,11. Esse reajuste anunciado pelo Sindipetróleo é descabido por uma série de fatores: a indústria sucroalcooleira mato-grossense continua moendo cana-de-açúcar, cuja safra estimada é de 850 milhões de litros de álcool sendo 600 milhões de litros de etanol e 250 milhões de litros álcool anidro. Mato Grosso exporta excedente d e etanol para o mercado nacional e da safra em curso destinará 250 milhões de litros de álcool anidro para a Petrobrás adicioná-lo no percentual de 25% no litro da gasolina. O governo não embutiu nenhum novo tributo ao etanol nem alterou as alíquotas tributárias sobre o mesmo.

Ao anunciar aumento para o etanol o Sindipetróleo deixa implícito que o mesmo acontecerá em relação ao combustível mais consumido: a gasolina, que tem o álcool anidro em sua composição e na bomba dos postos sofrerá o chamado efeito cascata.

Não há fundamentação lógica para o novo aumento, que assim ganha contornos de atentado contra a economia popular, por alterar o preço de um produto estratégico e que nessa condição, para que sofra aumento de 15%, exige profunda análise por órgãos governamentais nas esferas federal e estadual e de organizações de defesa do consumidor.

A Assembleia não pode ficar indiferente ao anúncio do Sindipetróleo e tem que assumir seu papel em defesa da populaç ão mato-grossense, pois não é justo tamanho reajuste acumulado em menos de 30 dias, considerando-se a alta verificada no começo deste mês.

Cabe a Assembleia apurar o que se esconde por trás na nova alta do etanol, porque entre o anúncio do Sindipetróleo e a realidade operacional das usinas filiadas ao Sindálcool – sindicato dos usineiros – há enorme fosso.

É preciso que os deputados estaduais encontrem o fio da meada sobre a alta do etanol, que acontece imediatamente após o dia 22, data que em que o Sindipetróleo promoveu num posto de combustível em Cuiabá, venda de gasolina a preço bem abaixo do mercado para denunciar a carga tributária que incide sobre esse produto.

Tomara que a Assembleia impeça o reajuste anunciado pelo Sindipetróleo. O consumidor mato-grossense não pode ficar exposto à voracidade empresarial em reajustar o etanol sem que autoridades locais sejam ouvidas, se manifestem e, se for o caso, que barrem a majoração no campo político ou judicia l se não houver entendimento entre as partes.

A Assembleia não pode ficar indiferente ao anúncio do Sindipetróleo e tem que assumir seu papel.

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