Mercado

Economia fraca faz venda de combustível subir só 1,3 pct em 2005

As vendas de combustíveis acompanharam o fraco desempenho da economia brasileira e devem fechar o ano com alta de apenas 1,3 por cento em relação a 2004.

No ano passado, o setor havia registrado desempenho positivo de 4 por cento contra o período anterior.

Apostando no álcool como o principal desafio em 2006, não só pela pressão da demanda como pelo crescimento das adulterações do produto, as distribuidoras integrantes do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom) –BR Distribuidora, Ipiranga, Shell, Esso, Texaco e Repsol– prevêem crescimento tímido também para o próximo ano, apesar de um pouco melhor do que o de 2005.

“A renda não cresceu o mesmo que os preços dos combustíveis este ano… Ninguém pode esperar um grande crescimento da economia”, resumiu o presidente do Sindicom, João Pedro Gouvêa Vieira Filho.

Em 2005, as vendas no Brasil não devem ultrapassar 79 bilhões de litros de combustíveis, segundo projeção da entidade, com destaque para o crescimento do Gás Natural Veicular (alta de 18,5 por cento nas empresas do Sindicom e 20,3 por cento no mercado em geral).

O óleo diesel –combustível de maior peso em volume e principal termômetro da economia por ser consumido em indústrias, máquinas agrícolas e caminhões– ficou praticamente estável no mercado geral, com avanço de 0,6 por cento. Porém, teve queda de 0,2 por cento entre as sócias do Sindicom.

A gasolina teve alta de 1,6 por cento no consumo do mercado como um todo e de 1,2 por cento no Sindicom. Já o álcool hidratado subiu 14,1 por cento entre as sócias do sindicato e 2,3 por cento no mercado geral.

“Com a redução do ICMS para o álcool em alguns Estados as empresas do Sindicom ganharam mercado”, informou o vice-presidente executivo do Sindicom, Alisio Vaz.

Enquanto em 2004 a venda do produto foi de 2,1 bilhões de litros entre as sócias da entidade, este ano somaram 2,4 bilhões de litros. Já as empresas fora do Sindicom tiveram queda de venda de 2,1 bilhões de litros para 1,9 bilhão de litros de um ano para o outro.

“O mercado de álcool sofreu uma mudança drástica com a entrada dos carros flexfuel e tem uma competitividade boa com a gasolina… Se o preço da gasolina continuar alto, o interesse do consumidor vai continuar crescendo”, destacou Vaz.

Sem querer fazer projeções para 2006, mas prevendo um mercado forte para o álcool, o Sindicom explicou que no curto prazo o preço da commodity deve continuar submetido aos rumos das safras, mas que no longo prazo é difícil prever.

“O consumo por causa dos carros flex e a procura de outros países pelo álcool brasileiro torna o preço no futuro uma incógnita, é um terreno novo para todo mundo”, afirmou Vaz.

Ele explicou que para o consumidor o preço do álcool só vale a pena se corresponder a 65 por cento do preço da gasolina, devido ao rendimento do motor.

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