Os executivos da Raízen estão animados com a aquisição da Biosev, controlada pela multinacional francesa Louis Dreyfus Company (LDC). Além de aumentar a participação da empresa no setor sucroenergético, a negociação antecipará o objetivo de transformar o etanol em uma commodity global. “Esse era o nosso sonho, no lançamento da companhia, em 2011. A aquisição das unidades da Biosev (e o volume de cana que isso representa) faz com que esse sonho se torne realidade mais cedo, pois, assim, a Raízen terá mais representatividade no setor, mais voz ativa e conseguirá trabalhar melhor as externalidades do etanol para que ele se transforme em uma commodity global”, afirmou Francis Queen, vice-presidente executivo de operações de EAB (Etanol, Açúcar e Bioenergia) da Raízen.
Com um volume maior de biomassa, a ideia é aumentar o portfólio, transformando a matéria-prima em produtos de maior valor agregado, e, com isso, ter um negócio mais forte e mais sustentável. Assim, já faz parte dos planos futuros a implantação de renováveis diversificados na Biosev, como plantas de etanol de segunda geração e biogás.
O ganho da escala de disponibilidade de biomassa para acelerar a transição energética, a qualidade dos ativos, a capacidade de produção, o custo mais baixo de produção, a flexibilidade de mudança de mix de açúcar e etanol e a localização das usinas foram diferenciais para viabilizar a negociação.
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Segundo a empresa, a compra da Biosev resultará em sinergias operacionais de mais de R$ 6 bilhões em dez anos. “A Biosev tem um fator importante, que é a questão financeira. Um endividamento muito alto, mas que será reestruturado e, pela solidez da Raízen, conseguimos captar dinheiro a um custo mais baixo, o que trará, também, um valor agregado para o negócio combinado”, disse.
Queen destacou a importância do elemento humano e a expertise do time que contribuirá para a constituição dessa nova gigante do mercado. O executivo comentou que não há previsão de mudança relevante a ser feita. “A Biosev é uma empresa muito eficiente, que conseguiu melhorar seus processos agrícolas e industriais. A gente vê a operação deles com muito bons olhos”, disse.
Sobre o possível fechamento das unidades adquiridas, o executivo comentou: “É um cenário bem otimizado e a questão logística foi muito bem endereçada. Não vislumbramos um fechamento e estudamos, eventualmente, a abertura de unidades, com a rampa de crescimento que temos”.
Queen ainda ressaltou que o grande desafio, mesmo, é aproveitar o melhor das duas empresas. “Encontramos o parceiro certo; foi um casamento feliz. A expectativa é assumirmos a Biosev durante a safra 2021/22, assim que recebermos a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e conseguirmos as condições precedente s”, explicou.
“Estamos em um cenário positivo e acreditamos no potencial da cana para transformá-la em açúcar, etanol, bioenergia. Além disso, é o momento certo para investir em bioenergia. Temos o RenovaBio. É um momento em que a sociedade está reconhecendo o produto sustentável. É uma oportunidade única de fazer uma empresa que vai fazer diferença para o mundo”, concluiu.
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Esta matéria faz parte da edição 323 do JornalCana. Para ler, clique AQUI!