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É hora do reinado da branquinha

Este mês começa o período de seca, e a hora de moer a cana de açúcar. É o momento em que a produção de cachaça nos alambiques fica a pleno vapor. Estão abertas para visitação as fazendas que produzem a branquinha em Miguel Pereira e Paty do Alferes — cidade que até este domingo ferve com a Festa do Tomate. O tour pode ser feito pela Pinga do Zeca e pelas cachaças Cachoeira, Magnífica e do Pilão.

O programa vale a pena. Um passeio pela história do país, com curiosidades sobre a formação dos engenhos, é um plus à parte. A visita é uma oportunidade de ver de perto como são feitas as purinhas. Do corte nos canaviais à destilação, passando pela fermentação e até o processo de engarrafar a aguardente. E, claro, ao final, tem a degustação.

Um irresistível convite par a se aquecer no inverno serrano.

Há três anos, a rede de restaurante inglês Las Iguanas aluga um espaço no canavial da Fazenda do Anil, em Miguel Pereira, para sua produção exclusiva da cachaça Magnífica. A ideia surgiu em uma visita informal dos sócios à fazenda e hoje se tornou uma atração para turistas da Inglaterra que procuram o local onde tem a famosa branquinha que consomem do outro lado do oceano.

— Eles promovem premiações para os funcionários virem ao Brasil conhecer nosso alambique. Foi uma proposta curiosa e tentadora — brinca o engenheiro mecânico José Luiz Faria, proprietário da Fazenda do Anil.

O funcionário Antônio Carlos Ávila Jesus, de 26 anos, cresceu num canavial. Ele trabalha no corte da cana ao lado de outras dez pessoas e também é o responsável por operar as máquinas que engarrafam a Magnífica.

— Começamos às 5h e temos um cuidado especial com a área que pertence ao Las Iguanas — conta Antônio Carlos Jesus.

A história da Magnífica começou há 12 anos e nasceu do Programa Brasileiro da Cachaça com um investimento inicial de US$ 1 milhão.

Sua comercialização, em fevereiro, por exemplo, foi de R$ 60 mil por seis mil litros.

— Nossa produção é de 120 mil litros de cachaça por ano. Os Estados Unidos atualmente são o grande mercado — conta Faria. — A produção nacional de cachaça deveria atingir US$ 1 bilhão. Há mercado para isso. Atualmente, chega a R$ 15 milhões.

No alambique no Anil há três panelas: uma para destilação, outra de aquecimento e uma terceira para recuperação do álcool, a grande diferença em relação à produção de outras cachaças da região.

São fabricados três tipos. A tradicional, que é armazenada em barril de madeira ipê, para não alterar o gosto e a cor. Já a envelhecida fica nos barris de carvalho para ter um sabor diferenciado.

— Agora estamos produzindo a reserva soleira. É uma cachaça envelhecida, que passa por 240 barris antes de ser engarrafada. O segredo do sabor est á nesta movimentação — revela Faria.

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