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Dourados investe R$ 150 mi em usina e deve liderar região

As nove usinas sucroalcooleiras do Mato Grosso do Sul devem ganhar uma concorrente que promete ser a maior produtora do estado. Com um investimento de R$ 150 milhões em sua planta industrial e na área de cultivo, a Dourados Açúcar e Álcool , planeja alcançar a capacidade de moer três milhões de toneladas de cana por safra. Atualmente, a liderança pertence à usina Coopernavi, de Naviraí (MS), com cerca de 1,8 milhões de toneladas, segundo dados da Associação dos Produtores de Cana do Mato Grosso do Sul.

A Dourados prevê entrar em operação em julho de 2007, quando terá seis mil hectares cultivados. Nessa etapa, beneficiará apenas álcool. A partir do quarto ou quinto ano do início das atividades, quando a área de cultivo deve chegar a 30 mil hectares, a indústria também produzirá açúcar.

A planta prevê a capacidade para fabricar 4,5 mil sacas de açúcar e 100 milhões de litros de álcool por ano. Juntas, as usinas que já atuam no estado — Santa Helena , Debrasa , Alcoolvale , Santa Olinda , Sonora , Passatempo , Maracajú , Coopernave e Santa Fé — produziram 428 milhões de litros de álcool e 8,4 mil sacas de açúcar na última safra.

A Dourados será o resultados da união do Grupo paulista Unialco com proprietários rurais locais. A Unialco já opera no Mato Grosso do Sul desde desde 2001, por meio da Alcoolvale, que produziu 82 milhões de litros de álcool anual.

“Dispomos das terras para o plantio. A Dourados será uma nova empresa, em que teremos participação acionária no capital, mas a Unialco será majoritária”, diz um dos proprietários rurais, Celso Dal Lago.

O gerente da associação de produtores da região, Paulo Aurélio, acredita que a supremacia da Dourados pode não vir a se concretizar. “Até ela entrar em funcionamento, as que já estão instaladas podem aumentar a produção e a área de cultivo, e ultrapassar essa nova fábrica. Isso é muito relativo”, pondera.

Segundo o prefeito da cidade de Dourados, onde se instalará a nova usina, Laerte Tetila, o único entrave para o início das obras é a falta de licença ambiental. “O projeto já foi entregue para a Secretaria do Meio Ambiente. Acredito que entre 60 a 70 dias ocorra a liberação. Esperamos colocar a ‘pedra fundamental’ da obra na data do aniversário da cidade, no dia 20 de dezembro.” Ainda segundo o prefeito, a indústria deverá gerar benefícios diretos para a cidade, como o recolhimento de cerca de R$ 7,5 milhões em impostos e 1.200 empregos diretos. “A instalação dessa unidade é da maior importância para cidade”, comemorou.

Tetila acrescenta que a intenção é aproveitar a mão-de-obra indígena para o manejo da cana-de-açúcar.

Perspectivas

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento, a produção nacional de cana-de-açúcar na safra 2005/2006 será de 440 milhões de toneladas, contra 383,2 milhões de toneladas em 2004/2005.

Do total previsto, cerca de 219,2 milhões de toneladas deverão ser destinadas para a fabricação de açúcar. Já a industrialização total de álcool deverá ficar com um montante de 177,9 milhões de toneladas, prevendo-se a geração de 17 bilhões de litros. Ainda serão destinadas 42,9 milhões de toneladas para a produção de outros produtos, como cachaça, rapadura e ração.

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