JornalCana

Dólar retoma trajetória de alta e já é cotado a R$ 3,27; Bolsa sobe

Após alívio na sessão anterior, o dólar retoma sua trajetória de alta e já é cotado a R$ 3,27 nesta terça-feira (17), depois de bater R$ 3,28 nos primeiros negócios. A moeda é pressionada pelas preocupações econômicas e políticas no Brasil. Os investidores aguardam também a reunião do banco central americano, que ocorre nesta quarta (18) e que deve jogar luz sobre a política monetária a ser adotada nos Estados Unidos.

Às 10h53, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 1,44%, a R$ 3,272. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, subia 0,80%, a R$ 3,272.

Na visão de analistas, a moeda volta a sua tendência natural, refletindo as preocupações com a economia brasileira e a dificuldade de o governo conseguir fazer os ajustes fiscais necessários para evitar o rebaixamento da nota de crédito pelas agências de classificação de risco.

Às 10h53, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, tinha leve alta de 0,59%, a 49.137 pontos. Das 68 ações negociadas, 46 subiam, 20 caíam e duas operavam estáveis no horário.

CONGRESSO

Após as manifestações de domingo, que surpreenderam o governo, os analistas acreditam que a presidente Dilma Rousseff (PT) vai enfrentar mais dificuldades ao tentar aprovar no Congresso as medidas de ajustes fiscais elaboradas por sua equipe econômica.

Essa é a avaliação de André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. “As manifestações não vão ter efeitos políticos de curto prazo, mas pode ficar mais difícil para o governo aprovar medidas de austeridade. As manifestações podem se traduzir em resistência no Congresso”, diz.

O governo já reage e acena com uma reforma ministerial com o objetivo de atrair para seu lado o PMDB e garantir o apoio do partido às medidas do ajuste fiscal.

Na manhã desta terça, o Banco Central deu sequência às vendas de contratos de swap que tem sido feitas normalmente, segundo programa de intervenções no mercado já em vigor.

EXTERIOR

O real caminha na contramão das principais moedas emergentes, que se apreciam perante o dólar nesta sessão. Das 24 principais divisas emergentes, 16 se valorizam em relação à moeda americana hoje.

Os investidores aguardam a reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano), marcada para esta quarta-feira (18). No encontro, a presidente do Fed, Janet Yellen, deve mudar o tom de seu discurso e sinalizar quando pretende iniciar a elevação das taxas de juros no país.

Um aumento dos juros deixa os títulos americanos -considerados de baixo risco e cuja taxa de remuneração acompanha a oscilação do juro básico- mais atraentes aos investidores internacionais, que preferem aplicar seus dólares lá a levar os recursos para países de maior risco -como emergentes, incluindo o Brasil.

Diante da perspectiva de entrada menor de dólares no Brasil e em outros emergentes, o preço da moeda americana sobe.

BOLSA

A Bolsa brasileira opera na contramão dos mercados europeus e dos Estados Unidos, que caem.

As ações de exportadoras, da Vale e da Petrobras são o destaque do dia. Às 10h49, os papéis da Fibria e da Suzano subiam, respectivamente, 1,29% e 1,23%, embaladas pelo aumento do dólar.

Os papéis da Vale sobem. Às 10h50, as ações preferenciais subiam 1,58%, a R$ 16,69. As ações ordinárias tinham alta de 1,85%, a R$ 19,25, no mesmo horário.

A Petrobras também opera em alta nesta sessão. Às 10h51, os papéis preferencias da petrolífera, os mais negociados e sem direito a voto, subiam 1,18%, a R$ 8,56. Os ordinários, com direito a voto, avançavam 1,09%, a R$ 8,34, no horário.

A empresa está tentando vender parte do seu patrimônio, com a definição do que será oferecido ao mercado e a contratação dos primeiros bancos encarregados de procurar compradores no Brasil e no exterior.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram