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Dólar baixo favorece o resultado do setor alimentício em 2003

A queda do dólar desenha um cenário bem mais promissor para a indústria de alimentos, seja ela de grande, médio ou pequeno porte. Depois de ter de ‘digerir’ um pico inflacionário que no primeiro trimestre do ano apurou alta acumulada de 4,97% contra 1,50% em 2002 (referência o Índice da Fipe) e uma negociação sempre pouco palatável com o varejo, a indústria de alimentos deverá fechar o final do ano com um avanço de 3% no faturamento e 4% na produção física.

A avaliação é do diretor econômico da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), Dênis Ribeiro.

“O dólar baliza praticamente todos os custos da indústria de alimentos em relação a embalagens. Além disso, insumos essenciais, como o complexo soja, também sofrem a influência da moeda norte-americana, isso sem contar o trigo, do qual a maior parte é importada.”

Segundo o executivo, mesmo pressionado por uma ‘explosão’ superior a 100% nos custos nos últimos 12 meses e um repasse mínimo, o faturamento do setor alimentício cresceu 2,55% no referido período. No ano passado, o faturamento do setor foi de R$ 125 bilhões.

Ainda segundo o executivo, a queda do dólar, somada ao declínio do petróleo para US$ 30 o barril, deverão ajudar na redução da taxa de juros interna. “Se não ocorrerem outras surpresas internacionais, tudo indica que as taxas de juros irão cair e dessa forma a atividade econômica sofrerá um empurrão.”

Na avaliação de Ribeiro, embora as grandes empresas do setor de alimentos tenham um poder de negociação maior junto às grandes redes varejistas e já usufruam das exportações, as pequenas e médias também serão beneficiadas pelo novo cenário.

“Um dos caminhos está na força das marcas regionais. Hoje, as marcas não precisam estar apenas nos grandes centros. Outro caminho está na organização por meio de cooperativas.”

Em relação a setores mais promissores para as pequenas e médias, Ribeiro vê nos óleos e gorduras uma categoria em ascensão. “Outra tendência a que as empresas precisam estar atentas é a das soluções de alimentação. Ou seja, o lançamento de pratos prontos e semiprontos, principalmente à base de carnes.”

Pesquisa – segundo levantamento mensal realizado pela Abia, de janeiro a março de 2003 (quando o dólar estava em alta), a produção física de alimentos avançou 3,90% em relação ao primeiro trimestre. Em contrapartida, o faturamento encolheu 1,37%. No entanto, o nível de pessoal ocupado ficou positivo em 4,71%.

Ainda segundo o levantamento, em março, a produção física avançou 2,62%. Já o faturamento cresceu 1,39%.

Em fevereiro, segundo a pesquisa da Abia, a produção física da indústria da alimentação recuou 1,08%.

Em contrapartida, o faturamento avançou 10,77%.

Produção física deve crescer 4% e faturamento avançar 3% em relação a 2002, quando a receita foi de R$ 125 bilhões.

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