Do Brasil para o mundo, agora até com certificado
Há alguns anos a cachaça cruzou as fronteiras do Brasil e ganhou status de nobreza que sempre mereceu. Hoje na Alemanha, por exemplo, há mais gente brindando com a caninha brasileira do que com Steinhäger, o destilado nacional. Mais do que isso. A cachaça é a segunda bebida mais consumida no país de Goethe, logo depois da cerveja. Não é só na Alemanha que a cachaça conquista adeptos. Também há uma legião de fãs na Itália, França, Portugal e Espanha. Transformada em caipirinha, o sucesso é indiscutível.
Esse reconhecimento externo está também aliado a uma valorização da aguardente nacional em solo pátrio. Nem é preciso ter grande memória para lembrar que durante muito tempo a cachaça foi uma bebida maltratada. Era feita em larga escala apenas para satisfazer a população mais pobre. Barata, era um sinônimo de embriaguez. Esse panorama mudou muito na última década. Em todos os Estados do Brasil há produtores empenhados em melhorar a qualidade do produto, fabricando-o de maneira artesanal. As versões mais simples da pinga artesanal podem competir de igual para igual com a tequila mexicana e com o rum caribenho. Em acabamento mais apurado, como o envelhecimento em tonéis de madeira, a aguardente atinge preços salgadíssimos e disputa a faixa do uísque escocês e do bourbon americano.
Talvez em nenhuma outra região do Brasil se tenha tanto empenho em produzir cachaça artesanal como em Minas Gerais. O Estado conta com dez associações de produtores que estão localizadas nas regiões de Araguari, Passos, Montes Claros, Almenara, Juiz de Fora, Araçuaí, Lavras, Ouro Preto, Salinas e Curvelo. As cooperativas estão em São Francisco, Januária, Viçosa, Salinas, Ubá e Nova União. Esta última região formou a primeira cooperativa, a Coocachaça, em 1999, tem marca própria e mantém um mercado de exportação importante. ( Gazeta Mercantil)
