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Diminuição da safra indiana empurra preços do açúcar

Particularidades fizeram do mercado de açúcar um foco de atenções nesta semana. Primeiramente, as altas registradas nos contratos no quadro externo. Nova Iorque e Londres deram saltos nos preços, com fundos e outros operadores adquirindo posições. Tais aquisições causaram, em parte, certa balbúrdia para alguns, que consideraram os pregões exageradamente sobrecomprados. Porém, na ala otimista, surgiram boatos de que os preços, que já romperam a casa dos 8,00 centavos de dólar por libra-peso, atingiriam, em tempo recorde, os 9,00 centavos de dólar por libra-peso. Motivo para crer nesta escalada, entretanto, não faltou. E não foi só um quadro técnico sobrecomprado que segurou o mercado nas altas, mas também fatores de ordem física, que entusiasmaram os operadores a adquirirem cada vez mais contratos.

Na quarta-feira (7), uma notícia chegou ao mercado e serviu com uma luva para que em poucos minutos a bolsa de Nova Iorque, que vinha realizando lucros, trocasse de lado. O governo indiano anunciou que a safra de açúcar do país neste ano deve ser menor do que o previsto no primeiro trimestre de 2004. Em outras palavras, a produção da Índia deve recuar ainda mais do que era esperado, atingindo 14 milhões de toneladas e não mais 15 milhões, contra as 20 milhões de toneladas de 2003. Logo após a notícia, os preços começaram a subir nas bolsas internacionais, sendo um forte motivo de sustentação para os próximos dias.

Além disso, a Rússia, maior importadora mundial de açúcar, decidiu reduzir a tarifa de importação para o mês de agosto, levando todos a crerem que isto poderia ser um sinal verde para as importações no curto prazo. Importante lembrar que neste ano os russos adotaram um novo sistema de fixação de taxas nas importações do produto. Agora, a tarifa varia de acordo com os preços no mercado internacional e são determinadas mês a mês.

No Brasil, a colheita da cana-de-açúcar finalmente engrenou em alguns estados. De acordo com informações de técnicos do setor, os paulistas colheram cerca de 25% até 30 de junho das 220 milhões de toneladas estimadas para 2004/05. Os números comprovam um atraso com relação ao ano passado no ritmo dos trabalhos. Nos primeiros meses do segundo trimestre do ano, as lavouras de cana de São Paulo foram bastante atingidas pelas chuvas torrenciais e consideradas fora de época. No entanto, a partir da segunda quinzena de junho, o clima regularizou de forma que os trabalhos foram retomados com força total a partir do dia 25 de junho, quando o solo finalmente secou.

No Paraná, a situação ainda é crítica e pode se agravar mais com a entrada das frentes frias no sul do País. A colheita paranaense não progride porque as chuvas não permitem. Técnicos da área sucroalcooleira do estado de São Paulo consultados pela Agência Safras demonstraram preocupação com relação a esta nova frente fria. “Se ela trouxer chuvas, teremos de interromper novamente a safra. Isto pode ser um complicador, porque já estamos atrasados”, afirma um deles. Na opinião dos técnicos, outras interrupções podem significar atraso na entrega de açúcar. “Esperamos que o clima coopere e não comprometa o ritmo da safra e suas entregas”, destacaram.

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