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Dilma quer socorro privado para elétricas

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Os bancos públicos já avisaram não ter condições de bancar sozinhos o braço financeiro do pacote federal para salvar as distribuidoras de energia. Diante disso, o governo passou a tentar convencer instituições privadas a participar da operação.

A ideia, segundo a Folha apurou, é promover a constituição de um consórcio de bancos públicos e privados para tocar os empréstimos, estimados em R$ 8 bilhões.

Na avaliação interna, além de esbarrar nas limitações de caixa das instituições públicas, uma operação estritamente estatal também geraria desgaste político.

Já houve sondagens preliminares a alguns bancos privados, como Bradesco, BTG e Itaú, de forma a atraí-los para o sindicato (no jargão do setor). As instituições não quiseram comentar.

Os R$ 8 bilhões em empréstimos que precisam ser levantados fazem parte de um plano de socorro de R$ 12 bilhões anunciado pelo governo na semana passada. A ajuda é necessária porque as distribuidoras têm enfrentado dificuldades de caixa, uma vez que o custo da energia subiu muito e essa alta não pode ser repassada para a tarifa.

O socorro ao setor é prioritário para o Planalto no ano eleitoral. A área é estreitamente vinculada à presidente Dilma, que, quando ministra de Minas e Energia na gestão Lula, desenhou e articulou a aprovação de um marco regulatório para o setor.

Resistências

Na próxima semana, a Fazenda voltará a se reunir com representantes dos principais bancos. O objetivo é discutir o desenho do programa de financiamento, que terá como garantia parte das receitas das tarifas das distribuidoras.

Interlocutores presidenciais afirmam não ter recebido ainda nenhuma recusa direta. Mas a Folha apurou que alguns bancos sondados questionam o desenho idealizado pela Fazenda.

O primeiro ponto questionado se refere às garantias: acham que, nesse caso, recebíveis das distribuidoras são pouco diante do risco da operação. As empresas afirmam já ter perdido receita com o corte da tarifa no passado e isso já teve um primeiro impacto no cálculo de risco para novos financiamentos.

O segundo ponto contrário são as taxas de juros. O governo quer algo próximo à Selic, mas os bancos dizem que a conta não fecha com essa taxa. Alguns economistas chegaram a propor taxas próximas a 25% ao ano, o que teria deixado os interlocutores do governo incomodados.

Alguns economistas também chegaram a propor ao governo que a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), sociedade privada do setor, lance bônus no mercado financeiro para captar os recursos, mas essa opção é tida como improvável dentro do governo, pela complexidade da operação.

(Fonte: Folha de S. Paulo)

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