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Dilma desmente nova alta de combustíveis

O reajuste dos preços dos combustíveis decidido pela Petrobras é resultado do novo patamar identificado pelo governo para os preços do petróleo, mas “em hipótese alguma” está prevista uma segunda parcela de aumento, disse ontem a ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef. O impacto inflacionário dos novos preços dos combustíveis deverá obrigar o Banco Central a usar a “banda” de dois pontos percentuais acima da meta de inflação deste ano, de 5,5%, indicou o ministro do Planejamento, Guido Mantega.

“A meta de inflação tem uma margem, e essa margem poderá absorver esse aumento de preços”, disse o ministro. “A margem foi feita exatamente para isso”. Mantega lembrou que o Comitê de Política Monetária não restringe sua análise aos preços da gasolina, “que, aliás, tem impacto pequeno”. Ele reconheceu, porém, que há indicações de aumentos nos preços de atacado, embora o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) acumulado nos últimos doze meses mostre uma variação abaixo de 5,5%. “Estamos perfeitamente dentro das expectativas, dentro das metas”, disse o ministro.

“O governo está acostumado com algum choque de custos que vem de fora; o importante é que não venha de dentro da economia brasileira”, comentou o ministro, em apoio à política de juros altos para impedir repasse de preços.

Dilma Roussef afirmou que prevê um “impacto pequeno” nos preços de mercadorias dependentes de derivados de petróleo, mas advertiu que o governo está atentos para reprimir tentativas de empresários que, a pretexto de ajustar preços aos novos níveis das cotações de petróleo, decidam aproveitar para recuperar margens de lucros perdidas.

O aumento da gasolina é conseqüência natural do crescimento das cotações do petróleo, que não devem ficar nos US$ 42 por barril alcançados recentemente, mas também não voltará aos US$ 25 por barril, disse a ministra. Há duas principais razões, segundo a ministra: a instabilidade, devido aos movimentos radicais islâmicos, identificada na Arábia Saudita, um dos maiores produtores mundiais; e a crescente demanda por combustíveis da China e sua economia em expansão.

Os técnicos, segundo Dilma, esperam que o preço se estabilize em torno de US$ 35 para o barril do petróleo tipo WTI e em US$ 33 para o de tipo brent. “Hoje estão em US$ 37 e US$ 35”, disse.

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