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Dificuldades com a petrobrás fazem mais uma empresa de engenharia pedir recuperação judicial. Desta vez foi a Contreras

ContrerasA Contreras, de origem argentina, é mais uma empresa que entra em recuperação judicial em meio às dificuldades da engenharia voltada ao setor de óleo e gás brasileiro. A empresa já vinha passando por problemas desde o ano passado, e a recuperação judicial acaba de ser deferida pela 2ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. A companhia começou a atuar no Brasil em 1998, após um acordo firmado com a Contreras Hermanos, da Argentina, voltando-se para as atividades na área de petróleo e gás. Dentre os principais focos dela no país estão a construção de gasodutos, módulos para plataformas, estações de compressão de gás, entre outros.

Os problemas financeiros da empresa seguem uma situação parecida da de outras empresas de engenharia tradicionais do mercado brasileiro. Boa parte das dificuldades vem da relação conflituosa que o segmento tem tido com a Petrobrás, fruto de discordâncias referentes a pedidos de aditivos, claims, defasagens de projetos básicos etc.

HISTÓRICO 

Alguns casos marcantes envolveram empresas que atuam há décadas no setor de óleo e gás brasileiro e acabaram se vendo em posições complicadas. Uma das primeiras a reclamar da postura da Petrobrás nas negociações foi a Tenace, da Bahia, que pediu a falência em novembro de 2012 e recebeu a aprovação da justiça em outubro de 2013. Na época do pedido de falência, a empresa alegou que o projeto original de um contrato com a estatal precisou ser modificado em função de condições adversas encontradas no local da obra, realizada no Rio Grande do Norte, mas não obteve a aprovação da Petrobrás para os aditivos referentes aos custos extras que tiveram no empreendimento. A empresa empregava 3 mil funcionários.

Em janeiro de 2013 foi a vez do aperto da GDK, que pediu recuperação judicial por dificuldades financeiras, sendo que boa parte de seus contratos eram relativos à Petrobrás. Em fevereiro do mesmo ano, a Conduto também passava por um momento de aperto, quando sua dívida com credores chegou a cerca de R$ 80,6 milhões, fruto principalmente de problemas em uma obra na Refinaria Abreu e Lima (Rnest).

Em agosto de 2013, o caso da Multitek despertou de vez o sinal vermelho no mercado, quando a empresa anunciou a demissão de 1.700 empregados, reclamando de um débito da Petrobrás de R$ 245 milhões. Além do problema trabalhista, a questão vem gerando atrasos, já que a empresa, que atuava no setor há 28 anos, paralisou as 13 obras em que estava trabalhando para a estatal.

Pouco depois, a Produman, que realizava serviços de manutenção na Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), também deu um passo atrás, demitindo cerca de 1.500 pessoas sem o devido pagamento das rescisões.

Em 2014, os casos da Fidens e da Jaraguá, outras duas companhias tradicionais, ficaram mais em evidência, também com grandes repercussões em toda a cadeia de engenharia e construção nacional. A Iesa é mais uma que tenta se reestruturar para não acabar do mesmo jeito. Outras empresas, como Egesa, Sertenco e Lomater também passaram por complicações similares, mas o problema não parece ter sido muito bem avaliado internamente na Petrobrás, que passa por uma enorme turbulência de acusações e denúncias.

A presidente da petroleira, Graça Foster, sempre que questionada, afirma que pleitos não significam compromissos, mas negociações. No final de setembro de 2013, ela reconheceu que haviam sido realizadas algumas mudanças na forma de avaliação dos pleitos, mas não quis revelar o volume de recursos em discussão. Atualmente nengum pleito é aprovado antes de passar pela aprovação do diretor de engenharoa, José Antônio e Figueiredo.  O acumula de trabalho acaba retardando a sua decisão aumentando as dificuldades da empresa de engenharia. A briga, que antes estava apenas no âmbito das empresas, agora desde o final de 2013 também envolve as lideranças sindicais e os trabalhadores de companhias terceirizadas, alinhados em alguns pontos para enfrentar  a Petrobrás.

(Fonte: Petronotícias)

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