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Diesel Verde é lançado durante a Fenasucro & Agrocana

Nova tecnologia de combustível renovável transforma o etanol hidratado em um substituto ao diesel, sem a modificação nos motores

O Diesel Verde foi lançado como grande promessa e oportunidade ao etanol nesta quinta-feira (18), na Fenasucro & Agrocana, em Sertãozinho – SP. Trata-se de uma nova tecnologia de combustível renovável, desenvolvida pelas empresas brasileiras Duo Automation e Quadra, que transforma o etanol hidratado em um substituto ao diesel, sem a modificação nos motores.

De acordo com Marcos Daniel de Lima, engenheiro de Automação, diretor de P&D e Inovação Tecnológica da DUO Automation, o novo biocombustível, chamado QDiesel Verde, é o futuro do setor de bioenergia para veículos pesados.

“O etanol, hoje, atende bem veículos leves. Só que está sofrendo uma concorrência dos elétricos, do hidrogênio verde, dos híbridos, além da pressão do preço do petróleo. O que afeta diretamente o produtor e o consumidor”, explica.

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Diante desse cenário, Lima sinaliza o momento como oportuno para a substituição do diesel convencional, que tem origem fóssil, por um derivado do etanol e com as mesmas características técnicas de combustão de motores.

Isso porque, segundo ele, a grande vantagem do Diesel Verde é a redução de poluição de particulados. “A poluição gerada pelo transporte pesado (ônibus e caminhões) nos grandes centros é grande e o Diesel Verde vem para mitigar esse problema, pois zera a emissão de particulados e, como consequência, a poluição”, exemplifica.

Segundo Lima, o produto é composto por 96,8% de bioetanol e 3,2% de aditivos, que permitem a ignição do veículo por compressão, conferindo a mesma lubricidade do óleo diesel fóssil.

Já no campo, a tecnologia pode ser implantada em qualquer usina e pode representar lucro, visto que hoje, de acordo com Lima, elas consomem 10% de seu faturamento bruto com diesel fóssil para frotas e máquinas.

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“Já são 10 anos de pesquisas desta solução produzida com tecnologia nacional tanto para as usinas como para o mercado consumidor e sociedade”, frisa. “Em 2024 já teremos o diesel verde como realidade. É um futuro bem próximo para o setor”, conclui.

Segundo o executivo, o diesel verde à base de etanol poderia ser destinado principalmente aos chamados veículos mais pesados, considerando que os leves tendem a ingressar, no futuro, de forma mais forte no processo de eletrificação, em um contexto de maior demanda por combustíveis menos poluentes.

Para as usinas de cana, ressaltou ele, o diesel verde seria um grande negócio também pelo fato de o setor ser grande consumidor de diesel, com consumo anual estimado em 2 bilhões de litros.

 

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