A maior parte dos dias de moagem de cana perdidos até agora devido a chuvas no centro-sul do Brasil pode ser recuperada, disse nesta segunda-feira a presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Elizabeth Farina.
Vários dias de colheita foram perdidos no centro-sul pelo tempo chuvoso na segunda quinzena de maio e primeira metade de junho, depois de um forte início na temporada de processamento com o tempo mais seco em abril.
“A Unica avalia que teremos muitas dificuldades para prever a colheita deste ano, por causa do tempo. Em alguns lugares, está chovendo muito. E temos algumas geadas no Sul”, disse Farina à Reuters no intervalo de um seminário sobre a indústria de açúcar e etanol organizado pela consultoria Datagro.
“A maior parte dos dias (pode ser recuperada)”, acrescentou ela, referindo-se aos dias perdidos até agora.
Farina disse que os dias perdidos podem ser recuperados com o aumento de produtividade nos próximos meses ou pelo alongamento da moagem.
“Pode ser uma combinação de ambos”, afirmou.
O esmagamento de cana no centro-sul do Brasil normalmente vai até o final do ano civil.
Farina não deu nenhuma opinião sobre quantos dias podem ser perdidos na segunda quinzena de junho.
A Unica vai divulgar números no próximo mês sobre o esmagamento de cana na última quinzena de junho.
Ela disse que uma oferta global mais apertada, e não apenas fatores relacionados à oferta brasileira, está contribuindo para o mais recente rali nos preços futuros do açúcar.
O açúcar bruto de referência na ICE tocou um pico de 20,15 centavos de dólar por libra-peso em 16 de junho, máxima em dois anos e meio.
O tempo seco em produtores asiáticos, incluindo a Índia, tem contribuído para alterar o balanço de oferta e demanda global de açúcar para um déficit, após diversos anos de excesso de oferta, segundo operadores e analistas.
Farina preferiu não comentar se o fenômeno climático La Niña poderá ter impacto sobre a produção de açúcar nos próximos meses.
Fonte: (Reuters)