Destilaria de Álcool Libra também obtém proteção
A Justiça de Mato Grosso concedeu a recuperação judicial à Destilaria de Álcool Libra. Quinto grupo sucroalcooleiro do Estado a usar o mecanismo, o Libra tem um passivo de R$ 280 milhões com bancos, factorings e fornecedores, informou o advogado Euclides Ribeiro Jr.
Com sede em São José do Rio Claro (MT), a 300 quilômetros da capital Cuiabá, a empresa controlada pela família Ticianeli emprega diretamente cerca de 1,5 mil funcionários no auge da safra de cana-de-açúcar. A companhia tem como diretor-executivo o presidente do Sindicato das Indústrias sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso (Sindalcool), Piero Parini.
Em comunicado ao mercado, a empresa informa ter havido uma “expressiva elevação” em seu endividamento no curto e médio prazos, incompatível com a capacidade de g! eração de caixa do grupo. Também aponta uma “elevação brutal” nos custos de produção no período de 2000 a 2008 e o descolamento do preço de vendas, agravado nas últimas três safras. A Libra culpa os custos financeiros incompatíveis com a atividade e as dificuldades de acesso a fontes de financiamentos para capital de giro e investimentos a taxas e prazos atraentes.
“O setor sucroalcooleiro acabou, aqui em Mato Grosso, por causa da gana fiscal do Estado e da falta de incentivos”, acusa o advogado Ribeiro Jr. “O capital foi embora daqui, mas uma hora volta. E quando voltar, teremos só sucata. Ou podemos manter a infraestrutura, desde que o Estado entenda essa situação”.
O especialista aponta que o grupo também foi afetado pelo elevado custo do “risco Mato Grosso”, refletido nos problemas logísticos de escoamento e custos de produção superiores a outros Estados, além da desregulamentação federal e “desequalização” de preços ocorrida desde 2000, o que gerou excesso de estoque nacional e reflexos no fluxo de caixa da empresa. Houve, ainda, excesso de novas unidades industriais de produção, gerando excedentes e perdas da competitividade comercial. (MZ)
