JornalCana

Desperdício de água deixa o Sudeste cada vez mais exposto a secas, afirma especialista

Acostumados às notícias sobre a seca no Nordeste, os brasileiros correm o risco de começar a ouvir, muito em breve, em “seca no Sudeste”. “Cerca de 80 % da água doce em nosso país concentra-se na Bacia Amazônica, região onde vivem apenas 7% de toda população. Já no Sudeste, onde vivem 42% do total de habitantes, concentram-se apenas 6% de reservas hídricas”, argumenta o engenheiro José Eduardo Rocha, da Fluid Brasil – empresa especializada na implantação de tratamentos, movimentação e purificação de água e efluentes .

Se, por um lado, o Brasil é um dos países mais ricos em recursos hídricos, detendo 14% de toda a água doce do planeta, por outro lado, a falta de investimentos e de conscientização da população podem levar a uma crise no abastecimento. E São Paulo sai perdendo. “O desperdício de água, principalmente nos meses mais secos do ano, aliado a fatores como a contaminação crescente dos rios, a falta de investimentos no reuso de água e no tratamento de efluentes industriais vão nos obrigar a ir buscar água doce, limpa, cada vez mais longe”, afirma o engenheiro.

Segundo dados da Sabesp, uma pessoa gasta por dia entre 150 e 250 litros de água. A cada descarga do vaso sanitário, são gastos 30 litros de água limpa. E a cada banho, com duração média de 20 minutos, são consumidos mais 140 litros. Isso sem contar o desperdício provocado por alguns maus hábitos, como deixar a torneira aberta enquanto se escova os dentes, lavar quintais e carros com mangueiras etc.

“Não há dúvida de que, após termos passado pela crise de energia elétrica e termos sido forçados a economizar mediante as altas taxas cobradas, estamos prestes a passar pela crise no abastecimento de água. Mas embora seja fundamental a participação da população na racionalização da água, é igualmente urgente que os próximos governos adotem uma política mais eficiente no gerenciamento dos recursos hídricos. Também é preciso maior investimento em sistemas que permitam o reuso da água para fins industriais, como em processos de lavagem nas fábricas ou mesmo de resfriamento de caldeiras, o que chega a representar uma economia de 60%”, conclui José Eduardo Rocha.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram