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Desafio de hoje é o mercado global

Um futuro de grandes oportunidades está posto para a indústria metalmecânica de Pernambuco no fim da primeira década do século 21. Impulsionado por um cenário de crescimento econômico expressivo e vultosos investimentos das iniciativas pública e privada, um dos setores econômicos de maior tradição no Estado têm à frente a chance de espantar de vez o fantasma do marasmo e da estagnação que assustou as empresas nos anos 80 e 90. Entretanto, isto não será possível sem que o empresariado local se insira no contexto da indústria global, busque novos mercados, invista na aquisição de tecnologias e se capacite para firmar parcerias dentro e fora do Brasil.

“A gente tem que preparar o empresário para que ele reeduque sua cabeça”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Pernambuco (Simmepe), Alexandre Valença. “Precisamos ter a visão global de onde podemos agir e de como nos inserirmos no mercado internacional. Nós temos condições excepcionais, e podemos competir com regiões como o Leste Europeu”, diz. O presidente do Simmepe acredita, contudo, que o empresariado já está empenhado para entrar neste mercado. “Temos que enfrentar este desafio da forma como o setor empresarial está enfrentando. É lógico que haverá turbulências, mas isto é um problema minimizado. Estamos no rumo certo”, destaca.

Para conseguir ocupar espaços neste mercado global, Valença destaca que a indústria metalmecânica pernambucana precisará investir na busca por certificações internacionais. Mas ele acredita que este processo não trará grandes dificuldades para o setor, especialmente se forem firmadas parcerias com empresas já atestadas. “Estamos falando de uma indústria que tem mais de cem anos de tradição. Ela deve buscar parcerias com empresas certificadas e que já estão neste mercado”, destaca. Para isso, contudo, será necessário mexer com a cultura empresarial local, que comumente é avessa a se unir em sociedades. “Na globalização, tudo tem que ser dividido. Essas necessidades vão obrigar o empresário a se atualizar”, ressalta.

NOVOS MERCADOS

Historicamente, a indústria metalmecânica pernambucana esteve associada ao desenvolvimento do setor sucroalcooleiro. Mas a euforia gerada pelo Pró-álcool há muito se foi. Agora, em função da implementação do Estaleiro Atlântico Sul e da Refinaria Abreu e Lima em Suape, o presidente do Simmepe defende que o setor concentre esforços nos mercados da indústria naval associada à de petróleo e gás, áreas em que o Estado tem pouca ou nenhuma experiência. “Esta mudança é importante para forjar volume. Para crescer, as empresas vão precisar de um volume de encomendas que justifique os investimentos”, diz.

Mas Valença lembra que as oportunidades para o setor não se esgotam aí. Ele acredita que as indústrias como a de caldeiraria leve e pesada terão um aumento consistente da demanda pelos seus produtos em função dos investimentos em curso em Estados vizinhos, como Pará, Maranhão e Ceará. E lembra que, com a chegada ao complexo industrial de Suape do grupo argentino Impsa, haverá grande procura por produtos para atender à indústria da geração eólica de energia. “Cada uma das torres que eles vão fabricar precisa de 130 toneladas de aço”, destaca o presidente do Simmepe.

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