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Demanda potencial já é maior

Se 70% da atual frota de 12,5 milhões de veículos com motor flex optasse por abastecer os tanques com etanol, o consumo do biocombustível chegaria a 20 bilhões de litros, segundo cálculos da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica).

Em 2009, ano em que os preços do etanol hidratado estavam muito baixos, o consumo na bomba foi recorde e atingiu 16,5 bilhões de litros. Para 2010, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom) prevê queda para um patamar de 14,9 bilhões de litros.

No entanto, explica o diretor-técnico da Unica, Antônio de Pádua Rodrigues, os preços mais altos ao consumidor, que se aproximam da equivalência de 70% do valor da gasolina, vão manter ainda reprimida essa demanda adicional de 4 bilhões de litros. “Em 2011, a escolha por etanol na frota flex pode ser menor que 50%”, prevê Pádua.

As usinas estão receb endo mais pelo etanol, mas o consumidor de apenas alguns Estados, como São Paulo, Goiás e Mato Grosso, continuam a usar o biocombustível, uma vez que os preços locais se mantém competitivos em relação aos da gasolina, diz Pádua.

Em São Paulo, por exemplo, maior mercado de etanol do país, o preço médio do biocombustível ao consumidor final já está próximo de perder a competitividade da gasolina – na 1 ª semana de janeiro fechou em 68% do preço do combustível fóssil, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo.

Mas é justamente esse “teto” ao preço do etanol estabelecido em 70% do preço da gasolina – que tem preços estáveis no Brasil – é que impede que o consumo do biocombustível se expanda, em tempos de melhor remuneração às usinas. Quando o etanol supera a barreira dos 70% deixa de ser viável ao consumidor final. Além disso, explica Pádua, há uma elevada carga tributária incidente em alguns importantes Estados consumidores, que ajuda a encarecer o valor do etanol a o motorista brasileiro.

Pádua afirma que se essas barreiras fossem transpostas, a indústria sucroalcooleira estaria preparada para atender a essa demanda adicional de 4 bilhões de litros sem necessidade de nenhum tipo de ampliação na capacidade industrial instalada. “Precisaríamos, sim, de mais cana-de-açúcar disponível”, pondera Pádua.

Além da demanda potencial por etanol combustível , seu uso para fins industriais, como na indústria alcoolquímica, também deve crescer em 2011, diz Pádua. “Em 2010, esse setor absorveu no mercado doméstico 1,2 bilhão de litros. Neste ano, a expectativa é de avançar para 2 bilhões”. (FB)

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