Demanda por etanol manterá preços dos cereais, açúcar e grãos firmes
A demanda aquecida por biocombustíveis deverá manter nos níveis atuais as cotações dos cereais, das oleaginosas e do açúcar, de acordo com os relatórios da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
A produção de etanol a partir do milho deve dobrar entre 2006 e 2016 nos Estados Unidos, ainda segundo o relatório da OCDE e da FAO. A produção de biodiesel a partir de oleaginosas na Europa e de etanol a partir da cana-de-açúcar no Brasil também vai disparar, disseram as duas organizações às agências internacionais.
Os governos dos EUA e da Europa estão estimulando a utilização de combustíveis alternativos para reduzir suas emissões de dióxido de carbono geradas pela queima de combustíveis fósseis. A União Européia (UE) quer que biocombustíveis como o etanol respondam por 5,75%o do total dos combustíveis usados pelo setor de transportes até 2010 e por 10% até 2020. O presidente americano George W. Bush quer aumentar o consumo de etanol nos EUA ao elevar a meta para a utilização de combustíveis renováveis em quase cinco vezes, para 35 bilhões de galões por ano (132,47 bilhões de litros) até 2017.
A produção de biocombustíveis da UE a partir de oleaginosas aumentará para 21 milhões de toneladas, a partir dos 10 milhões de toneladas entre 2006 e 2016, disseram a OCDE e a FAO. O Brasil, maior exportador mundial de etanol, mais do que dobrará sua produção, que passará a 44 bilhões de litros. A produção de etanol da China crescerá 90%, para 3,8 bilhões de litros.
Os estoques mundiais de grãos para o ano que se encerrará em junho de 2008 será de 236 milhões de toneladas, o mais baixo nível dos últimos 30 anos, previu na semana passada o Conselho Internacional dos Grãos. A produção de grãos no atual ano-safra será de 1,66 bilhão de toneladas, quantidade inferior à demanda, que deve crescer 2,7 por cento, para o recorde de 1,68 milhão de toneladas.
