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Demanda por álcool deve manter estoques justos e preços elevados

A demanda por álcool no mercado brasileiro, crescente nos últimos meses, não deve arrefecer no curto prazo, o que resultará em estoques justos do combustível na entressafra (dezembro a abril) e preços sustentados, afirmaram corretores nesta sexta-feira.

A estimativa destes corretores é que o consumo interno esteja em torno de 1,15 bilhão de litros por mês, cerca de 5 por cento acima do verificado no mesmo período de 2004, devido principalmente às vendas de veículos com motores flexíveis, que crescem mês a mês e voltaram a movimentar o mercado de álcool hidratado.

“Os volumes vêm crescendo nos últimos meses”, disse Júlio Maria Borges, diretor da Job Economia, que projeta o consumo no Brasil entre 1,15 e 1,20 bilhão de litros por mês, acima dos 1,10 bilhão nesta mesma época do ano passado. No ano, a demanda deve atingir 13,6 bilhões de litros de álcool combustível, cerca de 1 bilhão a mais que em 2004, segundo a Job. “Com certeza, houve um aumento na demanda de maio a agosto… e o fator preço (diferença com a gasolina) deve trazer mais mercado nos próximos meses”, disse Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica). Ele ressalta que, no período, não houve aumento no consumo de gasolina A (antes da mistura com álcool).

O Ministério da Agricultura ainda não tem dados fechados sobre o consumo, mas concorda que a demanda é crescente.

“Vamos acabar consumindo todo o álcool que pudermos produzir”, afirmou o diretor do Departamento de Cana e Agroenergia do ministério, Ângelo Bressan.

O metro cúbico (mil litros) do anidro era comercializado nesta sexta-feira a 900 reais, segundo a Job Economia, com alta de 10 por cento em apenas uma semana. Segundo as fontes, eventuais contratos spot de exportação não sairão por menos que o valor equivalente praticado no mercado interno.

A recente elevação da gasolina e do diesel ajudou na recuperação do preço do álcool que, apesar do aumento, ainda custa menos da metade da gasolina em algumas regiões como na cidade de São Paulo.

“A falta de chuvas em algumas regiões (do centro-sul) em determinadas épocas do ano (que afetaram os canaviais) também colabora com a alta”, disse Ivan Bueno, da corretora NovaFox.

Ele acrescentou ainda que, com a aproximação do fim da colheita de cana, a pressão no caixa das usinas tende a diminuir, o que ajuda a restringir a oferta, sustentando os preços.

“A expectativa é de que o preço continue subindo, passando de 1 real (o litro)”, disse Bueno.

Borges afirmou que se as atuais projeções se confirmarem, o estoque final do ano-safra (em 30 de abril de 2006) ficaria equivalente a 15 dias de consumo.

“O volume é reduzido, mas não deve preocupar em termos de abastecimento, uma vez que em abril já deve ter oferta de álcool da próxima safra”, acrescentou.

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