Demanda de álcool da UE deverá crescer
A demanda por etanol por parte da União Européia (UE) deverá ter um crescimento mais acelerado do que a procura por biodiesel nos próximos anos, num momento em que a região tenta cumprir metas de consumo para combustíveis alternativos, segundo informações da empresa de pesquisa Frost & Sullivan Inc. às agências internacionais.
Robert Outram, analista do setor petroquímico da Frost, prevê que a UE registrará até 2,5 milhões de toneladas de capacidade excedente na produção de biodiesel dentro de três anos, ao mesmo tempo em que contabilizará um déficit de etanol de 3,5 milhões de toneladas no mesmo período.
O etanol pode ser produzido a partir de um conjunto maior de matérias-primas, que vai desde o milho e o trigo até a cana e o refugo florestal. Todos esses materiais rendem mais combustível do que os óleos vegetais empregados na produção do biodiesel, disse a empresa, com sede em Nova York, em apresentação divulgada hoje pela Internet. A produção de cevada, milho e trigo da UE é de 230 milhões de toneladas, volume suficiente para produzir 70 milhões de toneladas de etanol. Essa quantidade corresponde a mais de cinco vezes os 13 milhões de toneladas de biodiesel que o bloco tem capacidade para extrair dos óleos vegetais, disse Frost.
A UE, que congrega 27 países, quer que os biocombustíveis constituam, em média, 5,75% dos combustíveis empregados em seu setor de transportes até 2010, e de 10% até 2020, num esforço para reduzir sua dependência dos combustíveis fósseis e as emissões de gases geradores do efeito estufa. O biodiesel responde por cerca de 80 por cento da produção de biocombustíveis da UE, segundo Frost.
O crescimento do mercado europeu de etanol vai esbarrar no excedente europeu de gasolina, na concorrência representada pelo Brasil, que produz o combustível de forma mais barata a partir da cana-de-açúcar, nos custos de capital mais elevados requeridos pelas fábricas de etanol, comparativamente às refinarias de biodiesel, e na falta de infra-estrutura para transportar o combustível, disse Outram.
