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Definida a instalação da siderúrgica do Ceará

A nova usina terá capacidade para produzir 1,5 milhão de toneladas de aço por ano. O acordo para a instalação da Usina Siderúrgica do Ceará (USC), com prazo estimado de 30 meses para a construção e em condições de produzir 1,5 milhão de toneladas de aço/ano, prevê o fornecimento de 1,8 milhão de m³ de gás natural/dia, por 20 anos, a partir de 2009, com a fase de testes definida para abril de 2008, observou o diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer.

As quantidades de testes correspondem a 100 mil m³/dia, sem contar os volumes temporários. “É um acordo razoável entre as partes, pois enquanto a infra-estrutura de gasodutos não ficar pronta, o atendimento no Nordeste é difícil”, disse.

Conforme informou Sauer, a Petrobras estuda o gerenciamento de oferta e demanda de gás na Região para garantir o suprimento. A estratégia envolve a conversão de usinas termelétricas a biocombustível, novo cronograma de investimentos dos gasodutos, com conclusão das obras prevista para 2008 – o prazo anterior era início de 2007. As mudanças incluem a falta de gás para transferir – a produção de gás da Bacia de Santos, só estará disponível, a partir de maio de 2008 – e o problema boliviano, comprometido pela questão política e o maior volume de gás destinado às termelétricas.

Sauer disse que a unidade de Manati, na Bahia, com produção prevista de 6 milhões de m³/dia, no próximo ano, deverá aliviar a situação de gestão de gás no Nordeste, permitindo equilíbrio até 2008.

O gás natural para abastecer a USC, instalada em área de 300 hectares, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, contempla a construção do gasoduto Gasfor II, com 293 km, previsão de operar a partir de julho de 2008, e em condições de ampliar a capacidade de transporte do produto de Guamaré, Rio Grande do Norte, ao Pecém, no Ceará. A previsão é concluir a malha Sudeste-Nordeste, em 2008, informou Sauer.

O projeto integra a Rede Básica de Transporte de Gás Natural da Petrobras, que vai movimentar o produto entre as regiões Sudeste e Nordeste. No caminho do gasoduto, a Petrobras precisa vencer ainda a resistência do governo do Rio Grande do Norte, descontente com as prioridades de investimentos da companhia no estado e disposto a barrar as licenças ambientais para a obra. “Entendemos que licenças ambientais são decisões técnicas e o governo do Rio Grande do Norte está disposto a viabilizar a análise técnica do gasoduto que, por ser um projeto interestadual, envolve avaliação do Ibama”, afirmou. Gabrielli disse que foi constituída comissão de técnicos da companhia e do Estado para debater projetos e investimentos previstos.

O movimento em torno da siderúrgica iniciou em 1986, mas ganhou contornos definitivos nos últimos anos. Para o secretário Régis Dias, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), investida deverá proporcionar a criação de novos pólos industriais, com mais emprego e renda e mudança no perfil econômico do Estado.

A estimativa é de geração de 1,6 mil empregos na fase de operação e de 3,4 mil durante a construção. As projeções do governador Lúcio Alcântara indicam que, em pleno funcionamento, a USC poderá gerar receita em torno de US$ 450 milhões/ano, movimentação de cargas no Pecém de 4 milhões de toneladas e impacto per capita de 4,37% no Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará.

A Petrobras definiu um plano de investimento de US$ 589 milhões para aplicação até 2010, no Ceará, anunciou ainda Gabrielli. Desse total, US$ 196 milhões em exploração e produção de petróleo e gás, US$ 172 milhões em desenvolvimento energético – energia eólica, biomassa, biodiesel, fotovoltaica e pequenas centrais hidrelétricas, outros US$ 174 milhões no projeto malhas de gasodutos do Nordeste, US$ 28 milhões em distribuição e US$ 18 milhões em transporte.

Na Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), unidade da empresa em Fortaleza que produz 7 mil barris/dia de petróleo, asfalto e lubrificantes naftênicos, e tem uma planta de tratamento de gás natural, a companhia investirá R$ 70 milhões na ampliação da capacidade de produção, a partir de 2006. A unidade prevê aumento na produção de lubrificantes naftênicos de 170m³/dia para 300m³/dia. Num prazo mais longo, projeta a expansão da capacidade de destilação de 31 mil barris/dia e a implantação da unidade de lubrificantes parafínicos, com projeção de 6,9 mil barris/dia.

kicker: A unidade de Manati, na Bahia, deverá aliviar a situação de gestão de gás no Nordeste, permitindo equilíbrio a partir de 2008

kicker2: A Petrobras investirá R$ 70 milhões na ampliação da capacidade de produção, da Lubnor a partir do ano que vem

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