Mercado

De olho no produto, empresas investem

Jamil Chade

CORRESPONDENTE GENEBRA

Companhias estrangeiras ampliam seus investimentos para exportar etanol brasileiro, no mesmo momento em que a Europa anuncia uma abertura inédita do mercado ao produto nacional. Ontem, a Noble Group, de Hong Kong, anunciou que vai investir US$ 200 milhões na produção e exportação de etanol no Brasil. No mesmo dia, os europeus anunciaram a abertura de seu mercado para que 200 mil toneladas de açúcar possam ser compradas do Brasil, Índia e Austrália sem o pagamento de taxas de importação.

No caso dos asiáticos, o alvo dos investidores foi a usina Petribu Paulista, com capacidade para triturar 2 milhões de toneladas métricas de cana. Ontem, a empresa anunciou que adquiriu a usina em São Paulo por US$ 70 milhões. O grupo asiático ainda comprará a Meridiano. A estratégia na Noble é de ser um dos principais exportadores de etanol do País nos próximos anos. Hoje, o grupo já é responsável por 10% das exportações nacionais.

Além das aquisições no Brasil, a Noble tem investimentos no Caribe e nos Estados Unidos no setor. Com o investimento de ontem em São Paulo, o grupo espera dobrar a capacidade da usina para 600 mil toneladas de açúcar ou 88 milhões de galões de etanol em pouco tempo. Outra expansão está programada para os próximos dois anos.

Enquanto o capital estrangeiro continua entrando no País para produzir etanol, a Europa abre cada vez mais seu mercado ao produto. Ontem, a União Européia anunciou que a importação de 200 mil toneladas de açúcar seria permitida no mercado europeu este ano, sem a cobrança de imposto. Para que essa isenção possa ocorrer, as empresas devem usar o produto para fins industriais, como no setor químico, farmacêutico ou para a fabricação de combustível. O Brasil deve ser o principal beneficiário da medida.

A UE pode abrir o mercado todas as vezes que avaliar que o abastecimento está em perigo ou que os produtores europeus estão abusando dos preços. No caso do açúcar, o objetivo é pressionar os produtores locais para que vendam seus produtos a um preço menor ao setor industrial.

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