A Czarnikow, trading britânica de alimentos e serviços, informou nesta quinta-feira (25), que reduziu a sua estimativa de produção global de açúcar para a safra 2022/23, prevendo que o excedente sobre o consumo encolheu para pouco mais de 2 milhões de toneladas do alimento ao invés das 3,6 milhões informada anteriormente.
De acordo com a trading, em 2022/23, o mundo produzirá 178,3 milhões de toneladas de açúcar, a terceira maior produção já registrada depois de 2021/22 e da enorme safra de 2017/18, mas representa 1,5 milhão a menos do que previsto.
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“A redução de 1,5 milhão de toneladas vem de mudanças em uma variedade de países produtores de açúcar menores, incluindo Vietnã, Egito e Japão’, explica o consultor Jay Kindred.
Sobre o consumo, a estimativa é de que o mundo consuma mais de 176 milhões de toneladas de açúcar, sendo este volume, o maior já registrado até o momento, representando quase 3 milhões de toneladas a mais do que a temporada 2021/22 afetada pela covid-19.
Segundo a Czarnikow, o crescimento populacional é o principal impulsionador do aumento do consumo em muitas partes do mundo, especialmente nas regiões mais desenvolvidas.
“Com revisões para baixo na produção em vários países produtores de açúcar menores, a previsão de superávit global em 2022/23 encolheu para 1,9 milhão de toneladas desde o início de novembro”, salientou Kindred.
O forte crescimento do consumo desde 2021/22 e uma pequena queda na produção significa que este é pouco mais da metade do tamanho do superávit observado em 2021/22.
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Sobre a produção de açúcar na Índia, a consultoria informa que o país deverá produzir 35,5 milhões de toneladas de açúcar na temporada 2022/23, que está em andamento. Isso é cerca de 0,5 milhão a menos que o recorde da safra 2021/22, apesar da área plantada ligeiramente maior este ano.
“O governo indiano determinou que a gasolina deve ser misturada com pelo menos 20% de etanol até 2025, uma meta ambiciosa. Isso significa que o aumento da área será mais do que compensado por um aumento maior da cana-de-açúcar destinada à produção de etanol”, disse o consultor.
Assim, a fim de evitar que as usinas exportem muito nesta temporada, deixando o país com poucos estoques, uma cota de exportação foi introduzida. A exportação de 6 milhões de toneladas de açúcar foi permitida para a primeira metade da temporada, com a expectativa de que mais volume de exportação seja permitido no final de 2023.
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“Isso significa que as exportações totais da temporada devem ficar abaixo das 11,2 milhões de toneladas de açúcar embarcadas em 2021/22”, conclui a consultoria.