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CVM suspende oferta pública da Cosan, 2a em menos de 1 semana

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está se mostrando mais rigorosa com as ofertas públicas de ações: em menos de uma semana suspendeu duas operações, alegando que as empresas forneceram informações que não poderiam ter sido divulgadas.

A CVM, órgão que regula o mercado acionário, suspendeu nesta segunda-feira a oferta da Cosan, maior companhia processadora de cana do mundo, por 15 dias, a contar desta data.

A autarquia informa que verificou que representantes da Cosan e do Morgan Stanley, coordenador da operação, fizeram declarações à Revista Dinheiro Rural, em edição de 13 de novembro, que “não se encontram objetivamente refletidas no prospecto” da oferta de ações. Um exemplo, segundo a CVM, é a informação dada à revista de que “45 reais é o valor unitário estimado de venda dos papéis da Cosan”.

No prospecto preliminar da operação, a empresa e os coordenadores da oferta estimavam que o preço da ação ficaria entre 40 e 46 reais.

A oferta da Cosan envolve cerca de 16 milhões de ações ordinárias, com um lote suplementar de até 2,4 milhões de ações. O prazo para reserva de ações terminava nesta segunda-feira.

Uma das regras da CVM para ofertas públicas é que pessoas e instituições envolvidas na operação devem “abster-se de se manifestar na mídia sobre a oferta ou o ofertante até a publicação do Anúncio de Encerramento da Distribuição”.

Em seu último ano comercial, encerrado em abril, a Cosan processou 26,6 milhões de toneladas de cana, com vendas de 2,3 milhões de toneladas de açúcar e 824,7 milhões de litros de álcool. As exportações de açúcar da companhia somaram 2 milhões de toneladas, e as de álcool, 298,3 milhões de litros.

O grupo –que possui 13 usinas, duas refinarias de açúcar e instalações portuárias– registrou lucro líquido de 17,1 milhões de reais no exercício social encerrado em 30 de abril.

GUARARAPES

A outra oferta paralisada é a da Guararapes, coordenada pelo Santander. A operação foi suspensa por 10 dias, a contar de 1o de novembro. A CVM desaprovou a declaração de representante da Fama Investimentos, envolvida no negócio, ao jornal Valor Econômico de que “com as boas perspectivas do setor de varejo, crédito e bens de consumo, ao vender uma parte do que tenho o estoque pode valer mais”.

No comunicado enviado ao mercado no dia da suspensão, a CVM acrescentou ainda que “está acompanhando com especial atenção as manifestações sobre ofertas públicas pendentes de registro ou em curso, visando a não permitir que as regras estabelecidas (…) sejam violadas.”

A Guararapes atua principalmente nos setores de confecções e varejo e controla as Lojas Riachuelo, segunda maior rede de lojas de departamento de vestuário do país.

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