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Custo do crédito de etanol dispara e pressiona margens nos EUA

O custo do cumprimento da exigência federal de uso do etanol de milho em combustíveis nos Estados Unidos aumentou muito nos últimos meses, colocando pressão sobre as margens das refinarias de petróleo. O preço de cada crédito que as refinarias necessitam para cumprir a lei superou US$ 1 na sexta-feira, ante apenas alguns centavos de dólar no ano passado.

´Em algum momento, esse custo vai começar a ser repassado´, disse Bill Day, porta-voz da Valero Energy, que vende gasolina a cerca de 5 mil postos dos EUA. A Valero e outras grandes refinarias, como a Marathon Petroleum e a Tesoro, preferiram não estimar publicamente como os custos de cumprimento da regra afetariam seus lucros.

As novas despesas ´terão impacto sobre as margens de refino´, disse o analista-chefe de petróleo do Serviço de Informações de Preços de Petróleo (Opis). As refinarias podem tentar repassar os custos mais elevados para os consumidores, mas até agora isso não ocorreu, destacou o analista.

No ano passado, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês) exigiu que refinarias e importadores norte-americanos usassem 13,2 bilhões de galões de etanol. Este ano, esse volume pode subir para mais de 14 bilhões.

Quando um fabricante de etanol produz um galão, a empresa recebe um crédito que representa o equivalente ao etanol produzido. Esses créditos são posteriormente comprados por refinarias para provar o quanto de etanol elas misturaram no combustível. Se uma refinaria não tiver créditos suficientes, pode ser multada.

Até agora, as refinarias têm sido capazes de atingir suas cotas porque a gasolina dos EUA é composta por cerca de 10% de etanol. Os EUA consumiram cerca de 133 bilhões de galões de gasolina no ano passado, de acordo com a Administração de Informação sobre Energia dos EUA. Isso significava que cerca de 13,3 bilhões de galões de etanol foram misturados à gasolina, portanto acima da exigência de cerca de 13,2 bilhões de galões.

Refinarias relutam em misturar gasolina com mais de 10% de etanol em grande parte porque as montadoras dizem que a maioria dos veículos não pode lidar com uma taxa mais elevada. Esse número de 10% é conhecido como ´parede de mistura´, impedindo um volume maior de etanol de entrar no mercado.

Esse receios parecem ter tornado as refinarias e os importadores de combustíveis ansiosos para comprar créditos no mercado aberto, impulsionando os preços. Em 14 de janeiro, o preço de um crédito subiu acima de nove centavos de dólar pela primeira vez em mais de dois anos, de acordo com o Serviço de Informações sobre Preços de Petróleo. O valor avançou mais de 10 vezes desde então. As informações são da Dow Jones.

Fonte: Agência Estado

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