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Cultivar plantas para biocombustíveis em florestas gera mais CO2 do que evita

Cultivar vegetais para produção de biocombustíveis em terras que antes eram ocupadas por florestas ou pradarias gera muitas mais emissões de dióxido de carbono (CO2) que as que permite evitar a substituição de hidrocarbonetos, segundo um estudo a Agência do Meio Ambiente e do Controle da Energia da França (Ademe, na sigla em francês).

O balanço em termo de emissões de CO2 pode ser “catastrófico”, de duas a quatro vezes mais que com o recurso aos carburantes de origem fóssil, sobretudo quando se destrói florestas tropicais para produzir óleo de palma, indicam os autores deste relatório dedicado à primeira geração de biocombustíveis.

A razão é que para obter esse óleo de palma que se cultiva por exemplo na Indonésia, não só se geram gases do efeito estufa, mas previamente causou o desmatamento de uma mata que previamente contribuía para a absorção de CO2, com algo simil! ar acontecendo com as pradarias.

Os autores deste estudo, que se tornou público com meses de atraso, submeteram a exame os principais biocombustíveis comercializados na França para, à margem do citado impacto da substituição de solos, estabelecer para cada um deles o saldo das emissões se for comparado com as geradas com hidrocarbonetos.

O resultado é que o etanol obtido com cana-de-açúcar é o mais eficiente em termos ambientais, já que gera 90% menos de gases do efeito estufa que a gasolina. Sua elaboração, além disso, mobiliza em torno de 80% da energia que proporciona.

O bioetanol de milho, de trigo e de beterraba, assim como o biodiesel de colza e de soja apresentam um balanço correto, com uma redução de emissões em torno de 60%-80% em relação aos combustíveis fósseis que substituem e uma economia energética em sua elaboração entre 50% e 80%.

No entanto, o ETBE, um etanol obtido da beterraba, do trigo ou do milho representa lucro energético de ap! enas 20%, abaixo dos requerimentos europeus.

De acordo com a direção europeia sobre as energias renováveis, para poder ser compatibilizado como útil em termos ambientais, um biocarburante deverá representar uma redução de CO2 de 35% em 2010 e de 50% em 2013.

O relatório foi divulgado um dia depois que o Governo francês anunciou um plano impulsionado pela própria Ademe para o desenvolvimento de biocombustíveis de segunda geração para 2015. EFE ac/ma

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