Cuba quer recuperar a indústria açucareira
A indústria açucareira cubana, uma das mais tradicionais do mundo, anunciou recentemente que pretende expandir sua produção e recuperar os antigos engenhos degradados. A informação é do secretário-executivo do Arranjo Produtivo Local do Álcool (Apla), Flávio Castelar, que participou de encontro do Grupo de Trabalho (GT) Brasil-Cuba, em Havana, capital da ilha caribenha, de 2 a 4 de abril. O GT
Brasil-Cuba é subordinado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e desenvolvido no âmbito da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Na oportunidade, foram desenvolvidas reuniões para alinhar negociações e novos projetos relativos ao mercado cubano. “Eles têm interesse em melhorar o processo produtivo e expandir o mercado açucareiro. Até porque sua produção de açúcar está defasada com produtividade de 30 toneladas/ha, mas estão iniciando um processo de mudanças e aberturas de mercado”, diz.
Castelar explica que o Brasil tem interesse em participar desse processo de abertura do país. “Estamos realizando um mapeamento das oportunidades de Cuba para repassar os dados para os empresários brasileiros associados, mas os próprios cubanos ainda não têm muita idéia de como está a situação do setor no país”, lembra.
Oportunidades
Há grandes oportunidades no mercado cubano, inclusive imediata, através de vendas de equipamentos agrícolas, segundo Castelar, mas o processo de recuperação dos engenhos será uma estratégia de médio a longo prazo. “Há ainda grandes oportunidades nas áreas de serviços, de gestão industrial e agrícola já que a cultura de produção existe, há destilarias de rum, há canaviais e plantas em funcionamento”, enfatiza.
Sobre a possibilidade de implantar a indústria de biocombustível, Castelar diz que esse será um processo mais lento, porém é uma tendência mundial. “Dentro de um bom relacionamento que o nosso país mantém com Cuba, participamos destes encontro para demonstrarmos aos cubanos como o nosso parque tecnológico e industrial do setor sucroenergético pode contribuir com as novas demandas que têm surgido na ilha”, comenta Castelar.
