Cuba aposta no etanol
O crescente interesse mundial pelo etanol como substituto da gasolina e a melhoria dos preços do açúcar estão fazendo com que o governo de Cuba inicie um plano de revitalização do setor. O objetivo inicial é aumentar em pelo menos 15% a produção em 2007 e duplicar esse índice em 2008.
A novidade foi revelada ontem por Luis Galvez, diretor do Instituto de Pesquisa dos Derivativos de Cana-de-Açúcar, em Havana:
— O aumento dos preços do petróleo e a crescente demanda por etanol criou talvez o momento mais promissor que a nossa indústria do setor já teve. Por isso começamos um movimento acelerado para aumentar a produção de álcool, modernizar as destilarias existentes e instalar novas. A idéia é quintuplicar a capacidade instalada — disse ele na abertura de uma conferência internacional sobre a produção e os usos do etanol, na capital cubana.
O governo de Cuba está sendo incentivado a investir mais nesse setor pela International Sugar Organization, organização mundial do setor. Em conversa com autoridades locais, ontem, um de seus diretores, Peter Baron, disse que achava que Cuba deveria repensar a sua política de reduzir a produção do setor açucareiro, iniciada em 2003.
— Estamos otimistas em relação ao futuro dessa indústria, porque ao mesmo tempo em que sobe o preço do petróleo novas tecnologias vêm transformando o etanol num combustível mais atraente. Este pode ser o momento mais importante para o açúcar nos últimos cem anos: ele deixou de ser um alimento para se transformar em fonte de energia — disse Baron.
Desde 2003 Cuba, que já foi o maior produtor de açúcar, reduziu em 60% a área de cultivo da cana. Além disso, acabou com 71 de suas 156 usinas. Das 85 que restaram, apenas 11 funcionam, mas abaixo de sua capacidade. Motivo: falta cana-de-açúcar. Este ano a produção será de, no máximo, 1,2 milhão de toneladas. A produção atual de etanol é de apenas um milhão de hectolitros.
