JornalCana

Crystalsev vende fatia de projeto de biodiesel à Amyris

As companhias estrangeiras voltam a avançar sobre o setor sucroalcooleiro. Apesar de o governo brasileiro afirmar que irá incentivar as fusões e aquisições nesse segmento são as multinacionais quem estão reaquecendo o mercado. A negociação mais recente foi comandada pela empresa americana de tecnologia Amyris que acaba de adquirir parte da trading brasileira Crystalsev na joint venture formada há um ano pelas duas companhias para o projeto pioneiro de produção de diesel renovável a partir da cana-de-açúcar no País.

A Crystalsev é controlada da Santelisa Vale, que no mês passado já havia vendido parte dos ativos à francesa Louis Dreyfus Commodities (LDC). A empresa negocia ainda uma parceria com outra americana, a Dow Chemical, para a produção de plástico a partir do etanol. Uma decisão final sobre o futuro de acordos co! mo estes só deve sair quando os detalhes da operação de venda da Santelisa Vale forem divulgados, o que deve ocorrer até o início do segundo semestre.

As usinas brasileiras, por sua vez, devem adiar a retomada dos investimentos. Isso porque a despeito do aumento dos recursos governamentais destinados ao setor, o nível de inadimplência dessas indústrias aos seus fornecedores vem aumentando significativamente, a ponto dos produtores de cana pedirem uma audiência pública para tratar da dívida. O pedido será encaminhado pelo deputado Paulo Piau (PMDB-MG) e deverá ser realizada nos próximos dias. A decisão foi tomada ontem, durante a primeira reunião de Gerson Carneiro Leão, presidente do Sindicato dos Cultivadores de Cana de Açúcar, no Estado de Pernambuco à frente da Comissão Cana-de-Açúcar da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). “Mesmo com o aumento dos recursos as usinas estão aproveitando a crise para não nos pagar”, disse. Segundo Leão, a atual situação de inadimplência ocorre para as indústrias que “tiveram a ganância de ampliar seu número de usinas, fazendo uma má gestão”.

Para tentar aliviar a situação da indústria a carteira de operações ativas no setor sucroalcooleiro no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já soma R$ 21,3 bilhões. Em 2008, a estatal emprestou R$ 6,5 bilhões para financiar projetos de plantio de cana, produção de etanol e açúcar, além de iniciativas em co-geração de energia elétrica pelas usinas.

Além da alocação desses recursos, o BNDES financiou parte dos investimentos feitos por empresas do setor, como, por exemplo, o Grupo Jalles Machado, que, em abril de 2009, divulgou que investirá R$ 330 milhões na construção de uma nova usina de álcool no Estado de Goiás, contando com o financiamento do banco de fomento em 80% do projeto.

Ainda assim, de acordo com o próprio BNDES, das 43 novas usinas que deveriam ent! rar em operação na safra 2009/2010, apenas 25 deverão começar a moer, em razão da falta de liquidez no setor. Na previsão da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), o número de plantas que devem entrar em operação é ainda menor, de 20 a 23 unidades.

Amyris e Cristalsev

Apesar das empresas não terem revelado os valores da operação já se sabe que a produção diária inicial de diesel, que é de 300 litros, deve chegará a 5 mil litros, a partir de junho com a inauguração prevista de uma unidade de demonstração. A Amyris iniciou, há cerca de um mês, a produção experimental de diesel na unidade instalada no município de Campinas, em São Paulo.

O principal desafio da produção do combustível a partir da cana é atingir uma escala industrial, mas estima-se que, já em 2010, seja possível produzir o biocombustível em escala comercial.

De acordo Roel Collier, diretor-geral da Amyris, os plano iniciais da empresa seguem idênticos após a saída da Crystalsev, ou sej! a, com a previsão que o diesel renovável comece a ser comercializado em 2010. Em 2015, a meta é vender 1 bilhão de galões. Outra mudança é que a Amyris terá, além das usinas da Santelisa Vale, outros fornecedores do caldo de cana para a produção do diesel. “A estratégia é formar uma ampla parceria com usinas do setor”, concluiu. Collier disse ainda que “além das mudanças no Grupo Santelisa Vale (acionista majoritário da Crystalsev), os planos da Amyris já visavam à aquisição e à expansão da empresa”.

A Amyris já produz e comercializa biodiesel desde abril do ano passado e hoje conta com duas plantas piloto em operação. Além da unidade de Campinas, que será ampliada, a empresa tem uma planta instalada na Califórnia, nos Estados Unidos.

A tecnologia utilizada pela Amyris permite modificar o DNA da cana e secretar diesel em vez de álcool, resultando em um combustível puro, sem enxofre, que faz com que o dióxido de carbono (CO2) liberado seja reabsorvido, via fotossíntese.

) liberado seja reabsorvido, via fotossíntese.

As companhias estrangeiras voltam a avançar sobre o setor sucroalcooleiro. Apesar de o governo brasileiro afirmar que irá incentivar as fusões e aquisições neste segmento, são as multinacionais que estão reaquecendo o mercado. A negociação mais recente foi comandada pela empresa americana de tecnologia Amyris, que acaba de adquirir parte da trading brasileira Crystalsev na joint venture formada há um ano pelas duas companhias para o projeto pioneiro de produção de diesel renovável a partir da cana-de-açúcar no País. A Crystalsev é controlada da Santelisa Vale, que no mês passado vendeu parte dos ativos à francesa Louis Dreyfus Commodities.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram