Mercado

Críticas aos subsídios encerram encontro

Uma séria advertência contra a produção de biocombustíveis nos Estados Unidos e na Europa, e seus efeitos sobre os preços dos alimentos no mundo marcou o encerramento da Reunião de Primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), ontem. “Nossos estudos mostram claramente que alguns dos biocombustíveis são parte do quebra-cabeça (da alta dos preços de alimentos)”, disse o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. “Alguns países querem ter programas de subsídios para biocombustíveis, porque decidem que são importantes para sua segurança energética — eu espero que esses países prestem muita atenção quando nós tivermos situações de emergência no Banco Mundial de alimentos, como está ocorrendo agora.”

Zoellick fez questão de ressaltar as diferenças entre o etanol brasileiro e os biocombustíveis de milho e canola, por exemplo. “A maioria dos estudos mostra que o biocombustível de cana do Brasil tem eficiências adicionais em termos de emissões de gases poluentes”, disse ele. “E o etanol da celulose pode ser uma maneira de reduzir custos energéticos sem diminuir a oferta de alimentos”, acrescentou. Ele centrou as críticas nos programas de subsídios a biocombustíveis nos Estados Unidos e na Europa. “Há uma certa incongruência em manter programas de subsídio ao mesmo tempo em que se tem tarifas, como é o caso norte-americano”, disse Zoellick, referindo-se aos subsídios ao etanol de milho nos EUA, ao mesmo tempo em que o país mantém tarifas para o etanol de cana importado.

A inflação dos alimentos no mundo foi o principal tema das discussões do Comitê de Desenvolvimento do Fundo. “O maior problema que nós enfrentamos é um déficit na produção de alimentos”, disse o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn. (AE)

Banner Revistas Mobile