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Crise política causa atraso em pagamento de subsídio, alega ministro

Quem diria. Boa parte da responsabilidade do não repasse dos cerca de R$ 800 milhões prometidos pelo Governo Federal como ajuda ao setor sucroalcooleiro nordestino para lhe dar competividade comercial – e atrasados desde 2002 – é também do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. Após encontro na segunda-feira (1º de agosto) em Maceió com fornecedores de cana, produtores de açúcar e álcool, representantes dos sindicatos do Nordeste e políticos locais, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, informou que o dinheiro não apareceu ainda em razão da mudança de comando na Casa Civil, que passou agora para Dilma Roussef.

Rodrigues afirmou com semblante impassível que a mudança ministerial na Casa Civil retardou a divulgação do resultado do trabalho de avaliação do setor sucroalcooleiro no Nordeste. Disse ainda que um grupo interministerial de trabalho foi criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para avaliar as dificuldades do setor e apontar mecanismos de desenvolvimento, mas como o GTI é ligado à Casa Civil, a ministra Dilma Roussef, que assumiu no lugar de José Dirceu, ainda não pôde analisar o relatório final dos técnicos. O grupo realmente tem feito visitas ao Nordeste e parece pouco afeito a aprovar as reivindicações dos produtores.

A demora na chegada dos recursos começa a comprometer a produção de cana e seus derivados no Nordeste. De acordo com Antônio Celso, presidente da Feplana – Federação dos Plantadores de Cana, o valor devido de R$ 8,00 a R$ 10,00 por tonelada acumulado nestes 3 anos está próximo a R$ 800 milhões, sem atualização. Caso a correção seja aplicada, o valor praticamente dobra. Apenas os fornecedores de cana possuem créditos próximos a R$ 260 milhões – em valores desatualizados.

O Programa de Equalização de Custos foi elaborado com a missão de equilibrar os custos do Nordeste em relação a outras regiões produtoras. Enquanto foi repassado, permitiu maior concorrência aos fornecedores de cana e usinas da região Nordeste do país.

Com a quebra na última safra na ordem de 25% devido aos problemas climáticos enfrentados no Nordeste, os produtores de cana esperam a intervenção do Governo Federal o mais rápido possível, seja através dos subsídios ou de um pacote de ajuda emergencial.

“É de fundamental importância, é um direito que temos e estamos na expectativa de uma solução”, desabafou Edgar Antunes Neto, presidente da Asplana – Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas. Segundo ele, o Governo Federal tem conhecimento do problema e lembrou que ainda neste ano, devido a um veranico no Rio Grande do Sul, o Governo liberou uma ajuda emergencial de R$ 380 milhões aos produtores. O setor sucroalcooleiro nordestino reivindica atenção semelhante.

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