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Crise muda perfil do mercado exportador do açúcar alagoano

Apesar da crise e, conseqüentemente, da falta de crédito ter afetado diretamente as exportações do açúcar VHP de Alagoas – provocando atraso no embarque do produto para o mercado externo – a frustração de safra em algumas nações, a exemplo da Índia, fez com que o Estado diversificasse o leque de países interessados na produção alagoana.

De acordo com dados da Empresa Alagoana de Terminais Ltda (EMPAT), na safra atual, a Índia se tornou, até o momento, o quarto maior comprador do açúcar do Estado. O que representa 8,64% da exportação.

A Índia – que na safra passada chegou a produzir mais de 26 milhões de toneladas de açúcar – previa uma produção, no ciclo atual, de 21 milhões de toneladas.

Apesar da estimativa que já era inferior ao ano passado, o país deve produzir apenas 17,5 milhões de toneladas de açúcar. Com isso, a falta do produto levou a Índia a importar de outros mercados produtores para abastecer o consumo interno.

“O que levou a Índia a comprar açúcar no mercado internacional foi a frustração de safra local e nos países da região do oriente. Até o ano passado, a Índia exportava açúcar. Mas, é um mercado instável, onde a produção sobe e também registra quedas drásticas em função do clima e até da substituição da cana-de-açúcar por outras culturas”, esclareceu o gerente da usina Leão, Daniel Dias.

Ele acrescentou ainda que nos próximos dez dias, a Índia deve permitir a entrada de açúcar sem a cobrança do imposto de importação. “Afinal, eles estão sofrendo com a falta de açúcar no mercado interno”, disse o gerente.

Segundo o ranking alagoano de exportação divulgado pela EMPAT para a safra 2008/2009, o principal comprador do açúcar do Estado continua sendo a Rússia (19,33%), em segundo o Canadá (10,96%) e em terceiro a Venezuela (10,19%). A quinta colocação fica a cargo da Bulgária (8,61%).

De acordo com o levantamento estatístico, a diversificação do mercado consumidor do açúcar alagoano levou países, a exemplo da Síria, que na safra 2007/2008 foi o segundo colocado no ranking de exportação, a ocupar, no ciclo atual, a 12ª posição.

Enquanto isso, outros mercados, como o Marrocos, que sempre foi um dos principais importadores do açúcar alagoano, deixaram de comprar o açúcar produzido em Alagoas.

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