Criador que não vacinou rebanho pode ser punido

Os Escritórios de Defesa Animal da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo prometem iniciar ainda nesta semana fiscalização para punir os criadores que deixaram de vacinar seus rebanhos contra a brucelose. A vacinação foi obrigatória no gado bovino e bubalino do estado.

A estimativa dos técnicos é a de que 85% dos donos dos rebanhos deixaram de cumprir a vacinação. Toda novilha com 3 a 8 meses deve ser vacinada. Sem o registro da dose, fica suspenso o direito ao trânsito do animal e o produtor recebe uma multa.

Em sete meses de vigência da nova lei, apenas 15% do gado foi vacinado em regiões do interior paulista, deixando mais de 28 mil animais expostos à zoonose, uma bactéria transmissível ao homem que pode provocar aborto e até infertilidade.

Na região de São José do Rio Preto, por exemplo, 60 veterinários foram cadastrados e autoridados a aplicar a vacina, mas um prazo até o final do ano passado foi dado aos criadores de bovinos e bubalinos para que se adequassem à nova legislação.

Segundo informações da Secretaria, antes desta obrigatoriedade a vacinação não era muito praticada. Nestes sete meses a campanha foi amplamente divulgada e, agora, será intensifica com a fiscalização, efetuando autuações, multas e, também, sacrifício de animais contaminados.

A brucelose é uma bactéria que provoca uma doença infecto-contagiosa, transmissível a outros animais, inclusive o homem, provocando infecções uterinas, infecções dos testículos, artrites, abortos e até infertilidade. A transmissão ao homem é possível na simples ingestão de leite de animal contaminado, bem como de sua carne.

Não existem estatísticas recentes sobre a incidência da doença no Brasil. O último levantamento foi realizado há 15 ou 20 anos e já demonstrou na época a incidência de infecção de 5% do gado nacional.