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Cresce expectativa sobre novo sócio da Santelisa

Fornecedores de cana da região de Ribeirão Preto e proprietários de terras arrendadas à usina Santelisa Vale informam que estão torcendo para que a eventual proposta apresentada pelo grupo São Martinho vença a concorrência e se torne o novo sócio da companhia. Com dívidas de R$ 3 bilhões, a Santelisa Vale recebeu propostas de multinacionais como Louis Dreyfus Commodities, Bunge, Cargill, das nacionais Cosan, ETH (braço sucroalcooleiro da Odebrecht) além do Grupo São Martinho, que teria se aliado à GP Investimentos para participar do capital da companhia. Controlado pelas famílias Biagi e Junqueira, a Santelisa Vale pretende anunciar até abril a escolha de um novo sócio.

Segundo um grande arrendatário de terras para a Santelisa Vale, desde que o engenheiro agrônomo Paulo Zancaner Castilho deixou a diretoria agrícola da compa! nhia, há um mês, “não temos com quem conversar na empresa.” Segundo ele, “antes, a gente era recebido na cozinha. Agora, mandam-nos esperar em pé, nalguma sala qualquer.”

“Estou até acendendo vela para que o novo sócio da companhia seja o grupo São Martinho”, diz um fornecedor de cana, que também preferiu não ser identificado. “O grupo é da região, os donos e os funcionários são nossos conhecidos”, afirma o fazendeiro, referindo-se ao Grupo São Martinho, cuja usina de mesmo nome fica em Pradópolis, a poucos quilômetros de Sertãozinho, sede da Santelisa Vale e da Companhia Energética Santa Elisa, uma das cinco usinas do grupo.

Até pela proximidade entre as duas usinas, haveria ganhos logísticos importantes caso a São Martinho torne-se sócia da Santelisa Vale, avalia o fornecedor.

“Se o novo sócio (da Santelisa Vale) for uma Cargill, uma Bunge, ou mesmo uma Cosan, nós vamos conversar com quem?”, pergunta o fazendeiro, preocupado com o futuro parceiro. Acostumados a! ser bem-tratados pelas usinas, os principais fornecedores de cana e arrendatários de terras do grupo temem perder a proximidade com a área agrícola da companhia. “É importante ter um contato amigável na usina”, afirma o fornecedor.

Credor da Santelisa Vale, o fornecedor diz que prefere “a conciliação ao embate frontal na hora de negociar o crédito.” Segundo ele, a entrada da São Martinho na Santelisa Vale facilitaria as negociações entre fornecedor de matéria-prima e usinas. “Se as pendências forem parar na Justiça, não será coisa boa”, disse o arrendatário.

Os fornecedores de cana, que estão há meses sem receber, temem de esperar até julho para ver algum dinheiro. “Até lá, a usina vai moer cana própria. Só depois de julho é que vão precisar da cana de terceiros”, diz um fornecedor.

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