JornalCana

Cresce demanda por açúcar mascavo

A demanda por açúcar mascavo vem crescendo desde 1980 no mundo todo,

chegando a taxas de crescimento de 15% ao ano no grupo dos chamados alimentos orgânicos.

Dados do Instituto Agronômico do Paraná apontam que em 2003, o segmento movimentou cerca de US$ 300 milhões no Brasil, a maioria do

produto destinado às exportações.

Para garantir um lugar nesse mercado crescente, 23 produtores fluminenses, de Campos dos Goytacazes fundaram a Cooperativa

de Cachaça e Derivados de Canade-açúcar do Norte Fluminense – Coopcanf.

“A prioridade é o mercado externo, onde estamos deixando de vender porque a produção brasileira é pequena”, analisa Demétrio Ferreira de Azeredo, secretário da Coopcanf. Até o final de 2004 será lançada a marca própria, Fina Cana, sendo a cachaça o primeiro produto a chegar ao mercado. Em 2005 é a vez do açúcar mascavo, que os cooperados garantem ter capacidade de produção de 500 toneladas por ano.

A Europa é hoje o grande importador do açúcar mascavo brasileiro.

Negociações com Índia, Japão e Estados Unidos já estão em andamento,

provando que o produto brasileiro tem grande potencial de mercado. Só resta os produtores acompanhar a escalada da demanda.

Tradicionalmente, o açúcar mascavo é produzido por pequenos fabricantes, em escala de subsistência. Longe de ser um ponto negativo, empresas de diferentes segmentos passaram a incentivar o cultivo nas pequenas propriedades em todo o Brasil.

A Coca-Cola, por exemplo, desenvolveu na Amazônia o Projeto Gramixó, que visa beneficiar os pequenos agricultores e as cooperativas comunitárias da região por meio de incentivos à plantação de

cana-de-açúcar e à produção de açúcar mascavo, que é uma das

matérias-primas do concentrado distribuído para a fabricação do

refrigerante em todo o país. Para colocar o projeto em andamento,

a empresa desenvolveu uma variedade de cana-de-açúcar que se adaptou à região.

Em Minas Gerais, a Alcan, tradicional fabricante de alumínio primário investiu cerca de 400 mil reais para construir uma unidade de beneficiamento de cana, no entorno da Usina Hidrelétrica de Fumaça, na

unidade Magalhães, em Mariana.

O projeto vai permitir que os moradores produzam, para comercialização, o açúcar mascavo, a rapadura e a cachaça.

A cultura da cana, conduzida em forma de agricultura familiar,

atinge outros objetivos, como a preservação do solo e da água no

entorno da barragem, proporcionando uso sustentável da propriedade.

Com um faturamento anual projetado em R$ 200 mil, a unidade da Alcan tem capacidade de produzir 75 toneladas de açúcar mascavo e 75 mil litros de cachaça de qualidade. Para isso, os moradores se organizaram em duas associações de produtores com o objetivo de gerir coletivamente o negócio.

Confira este e outros assuntos referentes a comercialização na edição de julho do JornalCana.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram