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Credores aprovam plano de recuperação

Os credores da Usina Albertina, de Sertãozinho, no interior de São Paulo, aprovaram por maioria absoluta, o plano de recuperação judicial da companhia sucroalcooleira, que deve retornar às atividades na próxima semana e iniciar a moagem da safra 2009/2010 entre 15 e 20 de junho. Em assembleia realizada em Ribeirão Preto, nesta quinta-feira, o plano foi aprovado por 100% dos credores das classes I, as dívidas trabalhistas judiciais, e da classe III, os quirografários, ou seja, os sem garantia real. Já entre os com garantias reais, o plano teve 86% de aprovação, pois o HSH Nordbank alegou não ter tempo hábil para avaliar a proposta.

Após a ratificação da Justiça de Sertãozinho, onde o processo corre desde 10 de novembro de 2008, a primeira medida do plano de recuperação judicial prevê a liberação, pelos credores com garantia real, de 400 mil sacas de açúcar, avaliadas em R$ 16 milhões. O valor arrecadado com a venda do produto será utilizado para fazer a usina voltar a operar, para o pagamento de cerca de R$ 3 milhões em salários atrasados dos 860 funcionários, que devem ser quitados até outubro deste ano e ainda dos credores de dívidas trabalhistas estimadas em R$ 1,37 milhão, em cinco parcelas entre julho e novembro.

O pagamento dos mais de 600 credores sem garantia real, cuja dívida é estimada em R$ 68 milhões, será feito por meio do abatimento inicial de até R$ 20 mil em parcelas mensais até novembro. “Com isso, a companhia espera saldar a dívida da maior parte dos credores”, disse o consultor Marcelo Milliet, gestor financeiro da Albertina. Para os fornecedores de cana o valor da dívida que superar R$ 20 mil será quitado em 24 parcelas mensais a partir de novembro, corrigidas pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Já os credores com garantias reais, cuja dívida total chega a R$ 110 milhões, e que na prática deverão financiar a recuperação da Albertina, terão duas saídas: converter o valor de seus créditos em ações da companhia, assumindo assim a empresa, ou esperar por um primeiro leilão da Albertina, previsto para ocorrer em até 1 ano e meio após a homologação da recuperação judicial, ou em um segundo leilão, seis meses depois deste período caso o preço mínimo do primeiro leilão não seja atingido.

LEILÃO. O leilão será exclusivamente da chamada Unidade Produtiva Isolada (UPI), que inclui apenas ativos industriais e agrícolas, excluindo passivos fiscais e judiciais, estimados em até R$ 120 milhões, bem como de créditos judiciais previstos. Os credores com garantias reais são seis: HSH Nordbank, o fundo Callao/Crecera, a trading Multigrain, a Cooperativa Agrícola Mista de Adamantina, a União e o Bradesco.

Além dos credores com garantias reais, outros credores quirografários também poderão participar da aquisição de ações ou serem beneficiados de créditos dos leilões caso não tenham a dívida quitada à época das operações futuras. Entre esses credores devem estar os que tenham dívidas acima de R$ 20 mil que não forem quitadas.

Os gestores e diretores da usina preveem moer 1,09 milhão de toneladas de cana-de-açúcar e transformar 80% da matéria-prima em açúcar e 20% em álcool. Todo o produto será comercializado o mais rápido possível e o valor arrecadado, excluindo o custo operacional e pagamento de trabalhadores, será utilizado para o pagamento dos credores. Os 860 funcionários da usina voltarão ao trabalho e outros 740 devem ser contratados para a safra, num total de 1,6 mil trabalhadores.

Além dos cerca de R$ 180 milhões de dívida com os credores incluídos no processo de recuperação judicial, a Usina Albertina deve em torno de R$ 60 milhões a outros credores. Eles alegam não estar enquadrados na lei de recuperação judicial e discutem na justiça o recebimento das dívidas em processos paralelos. Mesmo assim, o plano de recuperação da usina também prevê o pagamento desses credores, ou seja, uma dívida total estimada em R$ 240 milhões.

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