Créditos de carbono: Transações européias caem 40%
Concessão de licenças acima do previsto derruba negócios com a commodity em junho. As transações com créditos de carbono, o mercado de commodities de crescimento mais acelerado na Europa, despencou em junho depois da queda de preços registrada em maio e após relatórios governamentais terem revelado provável concessão de oferta de licenças um pouco maior do que a prevista.
As licenças negociadas por corretores recuaram 40%, para 32 milhões de toneladas em junho, ante os 53,1 milhões de maio, segundo dados divulgados pela Associação Londrina de Corretores de Energia. A Bolsa Européia de Clima, o maior pregão de créditos de carbono do mundo, disse que os volumes de contratos futuros negociados registraram queda superior a 50%, para 8,1 milhões de toneladas em junho, ante os 21,6 milhões de toneladas de maio.
Há menor disposição de vender, após os preços terem caído a partir do recorde de 31 euros a tonelada em abril para cerca de 16,20 euros, segundo Lionel Fretz, principal executivo da Carbon Capital Markets, que negocia licenças e oferece serviços de risco. “Os vendedores se retraíram um pouco, mas não se trata de uma retirada total”, afirma.
Desde o ano passado, cerca de 12 mil fábricas e centrais elétricas dos 25 países-membros da União Européia (UE) têm de ter licenças para cada tonelada de dióxido de carbono (gás carbônico) que emitem. Para atender a essa exigência, elas podem ou empregar licenças fornecidas pelo seu governo nacional ou créditos gerados por projetos aprovados pela Organização das Nações Unidas (ONU), como centrais de energia eólica em países em desenvolvimento.
A disparada dos preços das licenças até o final de abril contribuiu para aumentar os preços da energia elétrica em toda a Europa. Antes de maio, muitos analistas previam que haveria uma escassez de licenças. Agora, depois que relatórios oficiais terem demonstrado que foi distribuído um número excessivamente grande de créditos em 2005, a maioria dos analistas prevê um excedente para o período de três anos que se encerra em 2007.
